São Paulo, terça-feira, 16 de março de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ECONOMIA INTERNACIONAL

Espanha lidera perdas, por causa de atentados e eleições; cotação do barril sobe a US$ 37,44

Terrorismo derruba Bolsas; petróleo sobe

DA REDAÇÃO

A quase convicção de que os atentados em Madri tiveram o dedo dos radicais islâmicos do grupo Al Qaeda derrubou os mercados globais ontem. Na Espanha, a vitória dos socialistas (oposição) nas eleições do último domingo também foi mal recebida.
Na Europa, as perdas foram puxadas pelo índice Ibex-35, o principal da Bolsa de Madri, que caiu 4,2%. Para alguns analistas, a vitória do socialista José Luis Rodríguez Zapatero poderá significar maior intervenção na economia.
Mas, de uma maneira geral, o que pesou mesmo nas Bolsas de todo o planeta foi a ameaça do terrorismo. Ações de empresas aéreas, de turismo e de seguradoras foram as mais atingidas.
Inicialmente, os atentados foram atribuídos ao grupo separatista basco ETA, e os impactos nos mercados foram limitados. Os indícios mais recentes, no entanto, apontam para o grupo de Osama bin Laden, o que traz o temor de novos ataques, especialmente contra aliados dos EUA.
Por isso, os investidores fugiram de aplicações consideradas de maior risco e se refugiaram em portos seguros, como os títulos do Tesouro norte-americano. As incertezas geopolíticas também pressionaram as cotações do petróleo, que alcançaram os maiores valores em um ano.
O índice Dow Jones da Bolsa de Nova York perdeu 1,34% e caiu a 10.102,89 pontos, o nível mais baixo do ano. A Nasdaq caiu 2,29%. No acumulado do ano, tanto o Dow Jones como a Nasdaq acumulam perdas de mais de 3%.
O maior tombo de ontem foi protagonizado pela Delta Air Lines, que informou que obterá resultados abaixo do estimado anteriormente. As ações da companhia aérea caíram 5%, e outras empresas do setor também tiveram um mau dia.
"Os ataques são uma desculpa para manter a carteira no bolso", disse Todd Clark, diretor da corretora do banco Wells Fargo.
Depois de Madri, a Bolsa européia que mais perdeu foi a de Frankfurt, com recuo de 2,67%. Paris teve uma queda de 2,4%, e Londres recuou 1,22%.

Barril de pólvora
Na Bolsa Mercantil de Nova York, o barril do petróleo subiu 3,45% e fechou cotado a US$ 37,44. Em Londres, o preço do barril do tipo Brent subiu ficou 4,84% e fechou em US$ 33,80.
Além da ameaça terrorista, pressionam as cotações fatores com a crescente demanda chinesa e os baixos níveis dos estoques americanos. Os preços hoje são os maiores desde a alta atingida às vésperas do ataque ao Iraque.


Com agências internacionais

Texto Anterior: Aviação: Embraer fecha venda no valor de US$ 320 mi
Próximo Texto: Cai ociosidade na indústria norte-americana
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.