São Paulo, domingo, 16 de março de 2008

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Receita com commodities deve chegar a US$ 100 bi

Em 2007, exportações foram de US$ 75 bi; preço em alta sustenta balança comercial

Cotação da soja sobe 82% em 12 meses e minério de ferro obtém valorização de, pelo menos, 65%; altas compensam queda do dólar

Joel Silva - 9.mai.07/Folha Imagem
Trabalhador em canavial no interior paulista; receitas com exportações agrícolas brasileiras deve crescer 27% nesse ano, apesar de provável desaceleração nos EUA, a principal economia mundial

MAURO ZAFALON
GITÂNIO FORTES

DA REDAÇÃO

O Brasil deve ter receita recorde de US$ 100 bilhões com a exportação de commodities neste ano, contra cerca de US$ 75 bilhões em 2007, crescimento de 33,3%.
Preços altos dos principais produtos exportados pelo país, crescente demanda global, safras recordes, explosão dos biocombustíveis e baixos estoques levam a esse resultado, que sustenta a balança comercial do país, apesar do real valorizado e da explosão dos importados.
No setor agropecuário, a soja é o melhor exemplo dessa expansão. As cotações atuais superam em 82% as de igual período de 2007. Nos metais, o minério de ferro está com alta de 65% no período.
As commodities estão em seu sétimo ano consecutivo de alta, puxadas pelo crescimento vigoroso da economia global e de gigantes emergentes como China e Índia.
No momento em que os mercados financeiros atravessam crise aguda nos EUA, as commodities servem ainda como forma de diversificar investimentos de maneira segura.
Apenas com as commodities agrícolas, devem entrar US$ 74 bilhões neste ano, com soja e carnes como destaques, contra US$ 58 bilhões em 2007.
Nos metais, a previsão para este ano é de entrada de US$ 24,5 bilhões, 70% extraídos do minério de ferro.
O saldo do setor agropecuário deve ser de US$ 62,2 bilhões neste ano, enquanto o dos minerais deve chegar a US$ 11,7 bilhões, totalizando um saldo combinado de aproximadamente US$ 74 bilhões.
O mercado projeta saldo total da balança comercial de cerca de US$ 30 bilhões neste ano, o que evidencia a dependência das exportações brasileiras das commodities.
Se o saldo comercial é bastante positivo ao Brasil, ele também gera novos gastos, como o caso do trigo que o país importa, também num momento de cotação recorde.
O país depende do mercado externo para o abastecimento e gastará US$ 2,1 bilhões para importar o produto em 2008.
Já o preço do carvão importado deve ter alta de até 100% e gerar gasto de US$ 3 bilhões em 2008, contra US$ 1,8 bilhão em 2007. Também insumos para processamento de fertilizantes estão mais caros.


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