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Banda larga puxa TV por assinatura, que cresce 13% em 2007
Número de clientes com acesso à internet de alta velocidade via operadoras teve alta de 47% no mesmo comparativo
Estratégia das empresas de TV paga para disputar consumidores com as teles fixas é oferecer desconto
em pacotes de serviços
TATIANA RESENDE
DA REDAÇÃO
O acesso à internet de alta velocidade mais uma vez puxou o
crescimento da TV paga no
país, que chegou a 5,3 milhões
de assinantes no final de 2007,
com alta de 13% sobre 2006.
Uma das estratégias das operadoras para expandir a base de
clientes tem sido oferecer um
pacote de serviços, que pode incluir também telefone fixo.
Outro fator que alavancou as
vendas foi o aumento real na
renda da população, principalmente da classe C, onde vem
crescendo a penetração da TV
paga, segundo Alexandre Annemberg, presidente da
ABTA (associação do setor).
Os dados divulgados pela entidade mostram que, de 2006
para 2007, a quantidade de assinantes de banda larga cresceu
47%, para 1,8 milhão de clientes. A expansão contribuiu para
um aumento de 22% no faturamento bruto, que fechou o ano
em R$ 6,7 bilhões.
A Net Serviços, que detém
quase metade dos assinantes
de TV paga do país, aumentou
em 16% a base de clientes em
2007 e em 65% a de banda larga. Na esteira do "triple play", o
Net Fone via Embratel teve expansão de 212%. Ambas as empresas têm como acionista o
mexicano Carlos Slim.
Por enquanto, para oferecer
pacotes semelhantes, a Sky tem
parceria com Oi, Brasil Telecom e TIM, e a TVA, com a Telefônica. No mês passado, a Net
lançou uma campanha ofensiva
com um "combo popular" que
inclui telefone, banda larga e
recepção só de emissoras abertas pelo cabo por R$ 39,90, preço similar ao cobrado pela assinatura da telefonia fixa.
O avanço das operadoras no
mercado de internet rápida, diz
Annemberg, é o que está fazendo as teles se sentirem ameaçadas e de olho nesse nicho.
A Sky, segunda maior empresa de TV paga do país, pediu à
Anatel (Agência Nacional de
Telecomunicações) que recomendasse ao Cade (Conselho
Administrativo de Defesa Econômica) a rejeição da aquisição
da TVA -terceira no ranking-
pela Telefônica. O órgão, que já
aprovou o negócio do ponto de
vista regulatório, ainda não se
pronunciou sobre o efeito na
concorrência.
"As empresas de TV por assinatura tiveram 15 anos de monopólio sozinhas e em 15 anos
conseguiram ter 5 milhões de
assinantes", ironiza José Fernandes Pauletti, presidente da
Abrafix (Associação Brasileira
das Concessionárias de Telefonia Fixa Comutada).
"Não cresceram, não investiram. Agora vamos entrar nesse
mercado não pelo mercado em
si, mas para fazer uma oferta
conjunta de serviços." Para ele,
as operadoras de TV paga querem o monopólio para concentrar esforços nos grandes centros. "Só querem ir no filé." As
TVs a cabo e com transmissão
por rádio estão em 479 dos cerca de 5.500 municípios do país.
Na opinião de Annemberg, as
companhias telefônicas poderiam começar a operar nas cidades em que não há TV a cabo,
mas, nas demais, seria preciso
criar uma regra de transição.
Eduardo Tude, presidente da
Teleco, consultoria especializada em telecomunicações, destaca a vantagem financeira para o cliente, que tem desconto
ao adquirir dois ou três produtos, mas argumenta que a consolidação dos serviços só vai ser
realmente benéfica se os grandes grupos passarem a concorrer nacionalmente, e não apenas continuarem a ter monopólios regionais.
Outra preocupação das TVs
por assinatura neste ano é o
projeto em discussão na Câmara que cria cotas obrigatórias
para a programação nacional, o
que, segundo as operadoras, vai
encarecer a mensalidade.
Sobre o fim do pagamento
mensal pelo ponto extra, quando a manutenção do equipamento não for feita pela operadora, Annemberg reitera que a
norma foi mal redigida e nada
muda em junho. Questionada,
a Anatel confirmou que a cobrança será mesmo proibida.
Se isso acontecer, as operadoras também ameaçam aumentar a mensalidade para diluir o
custo com todos os assinantes.
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