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Rio mobiliza servidores em ato por royalties
Cabral e Paes dispensam funcionários públicos para "engrossar" passeata contra mudança na divisão de recursos do petróleo
Manifestação no centro do Rio vai receber caravanas com milhares de servidores para protestar contra a chamada emenda Ibsen
DA SUCURSAL DO RIO
DA FOLHA ONLINE
Caravanas com milhares de
funcionários públicos do interior chegarão ao centro do Rio
amanhã à tarde para a passeata
convocada pelo governador
Sérgio Cabral Filho (PMDB)
em protesto contra a emenda
Ibsen. Ele decretou ponto facultativo a partir das 15h.
Cabral pediu aos prefeitos
que providenciassem a vinda
dos servidores, que também serão dispensados mais cedo do
trabalho. Quem vier ao Rio terá
direito a condução e comida.
Em troca, precisará percorrer a
pé o trecho de 1 km da avenida
Rio Branco entre a Candelária e
a Cinelândia e ir ao ato público.
De autoria dos deputados Ibsen Pinheiro (PMDB-RS) e
Humberto Souto (PPS-MG), a
emenda, recém-aprovada na
Câmara dos Deputados, redistribui os lucros da exploração
de petróleo. Hoje, a distribuição proporcional faz com que o
Estado do Rio, principal produtor, receba mais do que todos.
Segundo o governador, que
chorou na sexta-feira ao falar
sobre o tema, o Estado e os municípios beneficiados pelos royalties perderão muito dinheiro. Em 2009, R$ 7,5 bilhões foram distribuídos no Estado,
originários do setor petrolífero.
Principal base da exploração
oceânica do petróleo, Macaé
enviará 30 ônibus ao Rio, com
1.500 pessoas. O prefeito Riverton Mussi (PMDB) ficou de instalar no Brasil inteiro outdoors
em que Ibsen e Souto serão taxados de "os inimigos do Rio".
No Rio, o prefeito Eduardo
Paes (PMDB) decretou ponto
facultativo a partir das 15h.
"Desta vez tungaram nossa cidade e nosso Estado, por isso
precisamos nos manifestar."
A Firjan (Federação das Indústrias do Rio) divulgou nota
em que ataca a emenda. Em nota, o arcebispo do Rio, d. Orani
Tempesta, prega "um consenso
onde, com tranquilidade, todas
as preocupações e direitos possam ser contemplados".
Adversário de Cabral na eleição deste ano para o governo do
Estado, o deputado Fernando
Gabeira (PV) disse que irá ao
ato, mesmo sem ser convidado.
"Cabral não me chamou, mas
eu vou no meio do povo, voltar
aos velhos tempos."
Também candidato, o ex-governador Anthony Garotinho
(PR) deverá acompanhar a mulher, a prefeita de Campos, Rosinha Matheus, uma das líderes
da reação contra a emenda.
O presidente do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos
de 2016, Carlos Arthur Nuzman, disse que a mudança deixa o Estado sem meios de fazer
as obras necessárias.
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou em
São Paulo que o governo proporá ao Senado que melhore a divisão dos royalties.
Colaborou MARIANA SALLOWICZ ,
da Folha Online
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