|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Problema é de regulação, diz especialista
DA REPORTAGEM LOCAL
Um vácuo regulatório na
transmissão de energia deixou descoberta uma parte
importante do sistema em
São Paulo. O Estado possui
uma extensa rede de transmissão para tensão de 138
mil volts (kV), que pelo modelo brasileiro não é considerada infra-estrutura de rede
básica, portanto, por esse critério, seria de responsabilidade das companhias de distribuição, e não das empresas de transmissão.
No Brasil, só as as redes para tensão superior a 230 mil
volts (kV) são consideradas
redes básicas, operadas pelas
companhias de transmissão
-que trazem a energia das
usinas hidrelétricas e termelétricas até as subestações
das distribuidoras, de onde
são levadas aos domicílios.
Alguns dos gargalos na
transmissão apontados pelo
ONS em São Paulo estão exatamente na redes de 138 kV.
"A classificação de rede básica no Brasil, tendo como critério a tensão e não a função
que a infra-estrutura exerce
no sistema, tem impedido investimentos na malha de 138
mil volts, como é o caso de
São Paulo", diz Carlos Augusto Kirchner, consultor de
energia e especialista em
transmissão.
Segundo Kirchner, nem as
distribuidoras tampouco as
transmissoras se consideram responsáveis por essa
rede. "As distribuidoras não
se sentem responsáveis por
essas redes por não afetar diretamente seu mercado consumidor de energia, e as
transmissoras, pela característica de seu contrato de
concessão, em que somente
são responsáveis pelas linhas
de transmissão e subestações existentes, portanto,
sem nenhuma responsabilidade por novas obras a serem
implantadas", diz Kirchner.
Segundo ele, apenas a mudança da definição sobre o
que é rede básica e redes menores (no jargão do setor
chamadas de "Demais Instalações de Transmissão"
-DIT) resolverá a carência de
investimentos.
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Transmissão de eletricidade foi privatizada em 2006 em SP Índice
|