São Paulo, quarta-feira, 16 de abril de 2008

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Problema é de regulação, diz especialista

DA REPORTAGEM LOCAL

Um vácuo regulatório na transmissão de energia deixou descoberta uma parte importante do sistema em São Paulo. O Estado possui uma extensa rede de transmissão para tensão de 138 mil volts (kV), que pelo modelo brasileiro não é considerada infra-estrutura de rede básica, portanto, por esse critério, seria de responsabilidade das companhias de distribuição, e não das empresas de transmissão.
No Brasil, só as as redes para tensão superior a 230 mil volts (kV) são consideradas redes básicas, operadas pelas companhias de transmissão -que trazem a energia das usinas hidrelétricas e termelétricas até as subestações das distribuidoras, de onde são levadas aos domicílios.
Alguns dos gargalos na transmissão apontados pelo ONS em São Paulo estão exatamente na redes de 138 kV. "A classificação de rede básica no Brasil, tendo como critério a tensão e não a função que a infra-estrutura exerce no sistema, tem impedido investimentos na malha de 138 mil volts, como é o caso de São Paulo", diz Carlos Augusto Kirchner, consultor de energia e especialista em transmissão.
Segundo Kirchner, nem as distribuidoras tampouco as transmissoras se consideram responsáveis por essa rede. "As distribuidoras não se sentem responsáveis por essas redes por não afetar diretamente seu mercado consumidor de energia, e as transmissoras, pela característica de seu contrato de concessão, em que somente são responsáveis pelas linhas de transmissão e subestações existentes, portanto, sem nenhuma responsabilidade por novas obras a serem implantadas", diz Kirchner.
Segundo ele, apenas a mudança da definição sobre o que é rede básica e redes menores (no jargão do setor chamadas de "Demais Instalações de Transmissão" -DIT) resolverá a carência de investimentos.


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