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Lula e Hu Jintao anunciam "PAC Chinês"
Plano prevê ação convergente de Brasil e China em fóruns internacionais, como a OMC, e defende reforma financeira
Proposta de mudar Conselho
de Segurança da ONU é
comemorada pelo Itamaraty;
grupo dos Brics também se
reuniu ontem em Brasília
ELIANE CANTANHÊDE
COLUNISTA DA FOLHA
SIMONE IGLESIAS
EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Lula e o dirigente chinês, Hu Jintao, assinaram e anunciaram ontem,
em Brasília, o Plano de Ação
Conjunto 2010-2014, que foi
apelidado de "PAC Chinês".
O plano prevê empenho para
posições convergentes em fóruns como ONU, OMC e grupos econômicos, como o G20 e
o G5, "para salvaguardar direitos e interesses legítimos dos
países em desenvolvimento".
O novo PAC -referência ao
Programa de Aceleração do
Crescimento- defende a reforma da governança econômica
global e das instituições econômicas/financeiras internacionais, a aplicação de medidas
que levem à superação da crise
financeira global e a retomada
já da Rodada Doha (para liberalizar o comércio).
Prega, ainda, a reforma da
ONU e do seu Conselho de Segurança, o que foi comemorado
pela diplomacia brasileira como passo importante para fazer avançar a pretensão do país
de obter cadeira permanente
no órgão, já que a China é um de
seus atuais cinco integrantes.
"[Brasil e China] intensificarão a cooperação com vistas a
superar a crise financeira e à reforma do sistema financeiro internacional, em particular pelo
aumento da representatividade
e da voz dos emergentes e dos
países em desenvolvimento;
advogarão conjuntamente o estabelecimento de um sistema
financeiro internacional igualitário, justo, abrangente e ordenado", diz o texto conjunto.
Os países também incluíram
no documento o exame do uso
de moedas locais no comércio
bilateral.
O encontro Lula-Jintao foi
considerado o mais importante
em meio a outras reuniões bilaterais e de duas cúpulas de chefes de Estado, ontem, no Itamaraty: o Ibas (Índia, Brasil e África do Sul) e o Bric (Brasil, Rússia, Índia e China).
O novo plano prevê uma série de parcerias além de econômicas e comerciais, estendendo-se às áreas cultural, educacional, de defesa e agrícola. Os
textos resultantes do encontro
fazem referência até a um tema
delicado na China: os direitos
humanos. Preveem a promoção de "diálogo nessa área e a
troca de melhores práticas".
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