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MERCADO FINANCEIRO
Para analistas, corte de gastos em ano eleitoral é bem-vindo; pesquisa veio melhor que o esperado
Indicadores se mantêm em níveis positivos
DA REPORTAGEM LOCAL
O mercado manteve o bom humor ontem. O dólar caiu 0,11% e
fechou cotado a R$ 2,506. A Bovespa subiu 1,19%, para 12.349
pontos. O volume negociado foi
de R$ 698,716 milhões. Os C-Bonds, títulos da dívida externa
brasileira, subiram 1,9%. O risco-país, medido pelo banco JP Morgan, caiu 3,05%, para 921 pontos.
Aos olhos dos investidores internacionais caiu bem o anúncio
de cortes no Orçamento, o que
demonstra um compromisso de
austeridade fiscal, mesmo sendo
este um ano eleitoral.
A projeção para os juros futuros
manteve forte tendência de baixa.
Na BM&F, os contratos para janeiro, os mais negociados, fecharam ontem a 18,98%, ante os
19,13% de anteontem.
"Como os indicadores de inflação têm vindo sob controle, o
mercado já começa a cogitar que
os juros podem cair em 0,25 ponto percentual na semana que
vem", afirma Helio Osaki, analista da Finambras. Atualmente, os
juros estão em 18,5% ao ano.
Segundo operadores, os resultados das pesquisas de intenção de
voto vieram melhores do que o
esperado. Em seu dia de maior
tensão, segunda-feira, o mercado
especulava que o pré-candidato
José Serra (PSDB) cairia para o
quarto lugar na preferência do
eleitorado. Segundo as sondagens
do Datafolha e do Vox Populi, ele
se mantém em segundo lugar.
Para Alexandre Maia, economista-chefe da GAP Asset Management, nos últimos dias, além da
especulação característica de
mercado, os indicadores passaram por uma "reprecificação". "O
mercado passou a embutir o risco
de a oposição vencer as eleições
deste ano, o que ainda não estava
nos preços", afirma.
Segundo Maia, o crescimento
de Lula nas pesquisas não assustou tanto ontem porque o mercado passou a avaliar que o pré-candidato petista está em um momento de superexposição e que a
tendência é que ele perca espaço
daqui para a frente. "Mas o cenário até a médio prazo terá muita
volatilidade", diz.
Na Bolsa, os papéis de telecomunicações tiveram boas altas.
Houve o boato de que o governo
poderia modificar a regulamentação do setor a fim de facilitar a
venda de duas empresas que passam por dificuldades -Embratel
e Intelig. A primeira, especula o
mercado, seria comprada pela Telemar; a segunda, pela Telefônica.
(ANA PAULA RAGAZZI)
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