São Paulo, quinta-feira, 16 de maio de 2002

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MERCADO FINANCEIRO

Para analistas, corte de gastos em ano eleitoral é bem-vindo; pesquisa veio melhor que o esperado

Indicadores se mantêm em níveis positivos

DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado manteve o bom humor ontem. O dólar caiu 0,11% e fechou cotado a R$ 2,506. A Bovespa subiu 1,19%, para 12.349 pontos. O volume negociado foi de R$ 698,716 milhões. Os C-Bonds, títulos da dívida externa brasileira, subiram 1,9%. O risco-país, medido pelo banco JP Morgan, caiu 3,05%, para 921 pontos.
Aos olhos dos investidores internacionais caiu bem o anúncio de cortes no Orçamento, o que demonstra um compromisso de austeridade fiscal, mesmo sendo este um ano eleitoral.
A projeção para os juros futuros manteve forte tendência de baixa. Na BM&F, os contratos para janeiro, os mais negociados, fecharam ontem a 18,98%, ante os 19,13% de anteontem.
"Como os indicadores de inflação têm vindo sob controle, o mercado já começa a cogitar que os juros podem cair em 0,25 ponto percentual na semana que vem", afirma Helio Osaki, analista da Finambras. Atualmente, os juros estão em 18,5% ao ano.
Segundo operadores, os resultados das pesquisas de intenção de voto vieram melhores do que o esperado. Em seu dia de maior tensão, segunda-feira, o mercado especulava que o pré-candidato José Serra (PSDB) cairia para o quarto lugar na preferência do eleitorado. Segundo as sondagens do Datafolha e do Vox Populi, ele se mantém em segundo lugar.
Para Alexandre Maia, economista-chefe da GAP Asset Management, nos últimos dias, além da especulação característica de mercado, os indicadores passaram por uma "reprecificação". "O mercado passou a embutir o risco de a oposição vencer as eleições deste ano, o que ainda não estava nos preços", afirma.
Segundo Maia, o crescimento de Lula nas pesquisas não assustou tanto ontem porque o mercado passou a avaliar que o pré-candidato petista está em um momento de superexposição e que a tendência é que ele perca espaço daqui para a frente. "Mas o cenário até a médio prazo terá muita volatilidade", diz.
Na Bolsa, os papéis de telecomunicações tiveram boas altas. Houve o boato de que o governo poderia modificar a regulamentação do setor a fim de facilitar a venda de duas empresas que passam por dificuldades -Embratel e Intelig. A primeira, especula o mercado, seria comprada pela Telemar; a segunda, pela Telefônica. (ANA PAULA RAGAZZI)


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