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MERCADO FINANCEIRO
Recuo é de 6,45% em 4 dias, em razão dos EUA; para analistas, se violência persistir, poderá abalar negócios
Bolsa cai 2,34%; violência ainda não influi
DA REPORTAGEM LOCAL
A Bolsa de Valores de São Paulo
amargou seu quarto pregão consecutivo de baixa. No período, a
queda acumulada alcançou os
6,45%. O dólar, que fechou a R$
2,186 ontem, subiu 6,07% de
quinta-feira para cá.
Novas preocupações com a evolução dos juros nos Estados Unidos têm feito com que grandes investidores internacionais vendam
ativos (ações, moedas e títulos) de
emergentes, como o Brasil, para
comprar papéis do Tesouro norte-americano.
A violência que tem abalado São
Paulo nos últimos ainda não chegou a afetar diretamente os preços dos ativos. Mas analistas afirmam que, se a situação não for resolvida nos próximos dias, o mercado irá começar a refletir negativamente o atual cenário.
"Em termos de imagem [no exterior], é bastante ruim a violência
que atinge a cidade. Tem atrapalhado um pouco os negócios, mas
não chegou a afetar ainda os preços dos ativos", afirma Maristella
Ansanelli, economista-chefe do
banco Fibra.
Ontem a Bovespa cancelou o
seu pregão "after market", que
funciona diariamente das 17h30
às 19h, devido à onda de violência
que atinge a cidade e o Estado.
Ontem, a Bovespa caiu 2,34%. O
dólar subiu 1,91%.
"O comunicado do Fed [BC dos
EUA], após sua reunião na semana passada, foi o estopim para essa fase ruim que atinge o mercado
financeiro. Mas não acredito que
tenhamos entrado num período
de ajustes profundos no mercado", diz Alex Agostini, economista da consultoria Austin Rating.
Na quarta-feira, o Fed deu sinais
de que pode seguir elevando os
juros no país, contrariando parte
do mercado, que esperava pelo
fim do ciclo de altas.
Se os títulos do Tesouro norte-americano -considerados os
mais seguros do mundo- passam a pagar taxas mais elevadas,
acabam por atrair investidores
que antes estavam alocados em
papéis de emergentes.
No mercado futuro, os juros
nos contratos com prazo de vencimento acima de 18 meses subiram. No DI (Depósito Interfinanceiro) mais negociado na BM&F,
com resgate em janeiro de 2008, a
taxa foi de 14,88% a 14,98%.
O risco-país chegou ao fim do
dia a 251 pontos (alta de 7,26%).
(FABRICIO VIEIRA)
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