São Paulo, terça-feira, 16 de maio de 2006

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MERCADO FINANCEIRO

Recuo é de 6,45% em 4 dias, em razão dos EUA; para analistas, se violência persistir, poderá abalar negócios

Bolsa cai 2,34%; violência ainda não influi

DA REPORTAGEM LOCAL

A Bolsa de Valores de São Paulo amargou seu quarto pregão consecutivo de baixa. No período, a queda acumulada alcançou os 6,45%. O dólar, que fechou a R$ 2,186 ontem, subiu 6,07% de quinta-feira para cá.
Novas preocupações com a evolução dos juros nos Estados Unidos têm feito com que grandes investidores internacionais vendam ativos (ações, moedas e títulos) de emergentes, como o Brasil, para comprar papéis do Tesouro norte-americano.
A violência que tem abalado São Paulo nos últimos ainda não chegou a afetar diretamente os preços dos ativos. Mas analistas afirmam que, se a situação não for resolvida nos próximos dias, o mercado irá começar a refletir negativamente o atual cenário.
"Em termos de imagem [no exterior], é bastante ruim a violência que atinge a cidade. Tem atrapalhado um pouco os negócios, mas não chegou a afetar ainda os preços dos ativos", afirma Maristella Ansanelli, economista-chefe do banco Fibra.
Ontem a Bovespa cancelou o seu pregão "after market", que funciona diariamente das 17h30 às 19h, devido à onda de violência que atinge a cidade e o Estado.
Ontem, a Bovespa caiu 2,34%. O dólar subiu 1,91%.
"O comunicado do Fed [BC dos EUA], após sua reunião na semana passada, foi o estopim para essa fase ruim que atinge o mercado financeiro. Mas não acredito que tenhamos entrado num período de ajustes profundos no mercado", diz Alex Agostini, economista da consultoria Austin Rating.
Na quarta-feira, o Fed deu sinais de que pode seguir elevando os juros no país, contrariando parte do mercado, que esperava pelo fim do ciclo de altas.
Se os títulos do Tesouro norte-americano -considerados os mais seguros do mundo- passam a pagar taxas mais elevadas, acabam por atrair investidores que antes estavam alocados em papéis de emergentes.
No mercado futuro, os juros nos contratos com prazo de vencimento acima de 18 meses subiram. No DI (Depósito Interfinanceiro) mais negociado na BM&F, com resgate em janeiro de 2008, a taxa foi de 14,88% a 14,98%.
O risco-país chegou ao fim do dia a 251 pontos (alta de 7,26%).
(FABRICIO VIEIRA)


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