São Paulo, sexta-feira, 16 de maio de 2008

Próximo Texto | Índice

Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

SP suspende pedidos para a instalação de usinas de álcool

O "Diário Oficial" de São Paulo publica hoje resolução da Secretaria Estadual do Meio Ambiente que suspende por 120 dias o recebimento de pedido de instalação ou ampliação de usinas de açúcar e álcool no Estado. Os 35 novos pedidos que já deram entrada na secretaria no mês passado não serão atingidos pela resolução.
O governo observou uma expansão exagerada de pedidos para a instalação de novas usinas sucroalcooleiras e decidiu promover um freio de arrumação para poder avaliar melhor os efeitos desse crescimento no Estado. O objetivo é o governo criar uma normatização para a instalação de novas usinas.
O grande receio do governo é o de que a cana-de-açúcar acabe se tornando uma monocultura. Hoje, de um total de 8,5 milhões de hectares de área cultivada, cerca de 5 milhões- mais da metade- já são ocupados pela cana-de-açúcar.
Nos últimos três anos, o crescimento da área plantada de cana-de-açúcar em São Paulo tem sido mesmo impressionante. Até 2005, o produto ocupava 3 milhões de hectares de toda a área cultivada. No ano seguinte, saltou para 3,5 milhões, e, em 2007, para 4,2 milhões. São Paulo responde por cerca de 70% do total de cana-de-açúcar produzida no país.
Apesar de a cana-de-açúcar ser uma das culturas que menos apresentam problemas ecológicos, o temor é que o Estado fique muito dependente de apenas um produto. Se ocorrer algum problema no setor sucroalcooleiro, a economia toda do Estado vai sofrer.
Para ter uma idéia da concentração, ontem, a Fiesp divulgou pesquisa de emprego do Estado. Dos 62 mil novos postos de trabalhos gerados pela indústria de transformação em abril, 50 mil- ou 80%- foram dos setores ligados à indústria sucroalcooleira.
Os empresários do setor, no entanto, não devem gostar da medida. O risco de São Paulo é o de alguns projetos serem transferidos para Mato Grosso.
A decisão de suspender os licenciamentos para a instalação de novas usinas de açúcar e álcool também tem outro objetivo: o de avaliar se essas licenças estão sendo usadas para serem vendidas para grupos internacionais ou se têm mesmo o objetivo de se transformarem em investimento.

Beneficiado em pacote de Lula, setor de call center cresce 8,5%

O setor de contact center cresceu 8,5% em 2007, com faturamento de cerca de R$ 17 bilhões, de acordo com estudo da Abrarec (associação de relações entre empresa e cliente) e a E-Consulting, consultoria de TI, internet, mídia e telecomunicações.
O setor abrange centrais de atendimento próprias e terceirizadas, SACs (Serviço de Atendimento ao Consumidor), televendas, recuperação de crédito, e outros.
Do faturamento total, as operações de SAC são responsáveis pelo maior volume de receita, cerca de 65%. As operações terceirizadas respondem por 35% do setor, com faturamento de R$ 6 bilhões.
Os setores de mídia, internet, conteúdo e financeiro são os que mais contratam serviços de call center no Brasil, com 43,4% e 36,2% da demanda, respectivamente.
A oferta de call center do Brasil a outros países é tendência, segundo a pesquisa. O maior entrave é a falta de profissionais com domínio de idiomas.
Nesta semana, a desoneração da folha de pagamento para o setor de tecnologia da informação e comunicação entrou no pacote lançado pelo governo com medidas de renúncia fiscal. O setor será um dos maiores beneficiados e poderá reduzir pela metade a contribuição patronal para a Previdência sobre a folha de pagamento.

NOS TRILHOS

A Santa Fé Vagões S.A. começa a exportar seus produtos, com foco na América do Sul e na África. A primeira venda foi fechada com a NCA (Nuevo Central Argentino), do grupo Aceitera General Deheza. Com a Venezuela, acertou a entrega de 11 vagões-plataforma para a Ternium-Sidor. A expectativa é começar a exportar para a África no ano que vem. "Esperamos, ainda neste ano, fechar algum negócio e entregar os vagões em 2009", diz Antonio Giudice, presidente da empresa.

CARTAZ
A Caixa Econômica Federal destinará verba anual de R$ 260 milhões para publicidade. O valor será dividido entre as três agências vencedoras da licitação. O resultado será anunciado até julho.

NO RÁDIO
O Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição) faz campanha para que as emissoras de rádio regularizem débitos referentes a direitos autorais com a instituição. O prazo para que as emissoras façam acordos é 31 de julho de 2008.

CANECA
A Starbucks abre, em junho, a primeira loja fora da cidade de São Paulo. A cafeteria será em Campinas, no shopping Iguatemi.


com JOANA CUNHA e VERENA FORNETTI


Próximo Texto: BC já admite inflação de 5% neste ano
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.