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Petrobras arrenda 80% dos navios-sonda
Para prospectar campos em grandes profundidades, estatal brasileira contrata maioria das embarcações disponíveis no mundo
Com demanda maior pelos navios-sonda, petrolíferas como Exxon Mobil e BP são obrigadas a pagar mais pelas unidades restantes
JOE CARROLL
DA BLOOMBERG
A Petrobras arrendou cerca
de 80% dos navios-sonda disponíveis no mercado mundial
com a maior capacidade de
prospecção em grandes profundidades, a fim de explorar
perspectivas como a do campo
de Tupi, a maior descoberta de
petróleo do hemisfério Ocidental nos últimos anos.
A Petrobras está alugando
navios-sonda com capacidade
de prospectar em camada de
água de pelo menos 3.000 metros, disse o presidente da empresa, Sergio Gabrielli, em entrevista na semana passada.
Segundo a Rigzone.com,
que monitora o setor de prospecção em águas profundas, há
21 desses navios no mundo.
A demanda ""insaciável" da
empresa está obrigando petrolíferas como a Exxon Mobil e a
BP a pagar mais na disputa pelas unidades restantes, disseram Kjell Erik Eilertsen e Truls
Olsen, analistas da Fearnley
Fonds AS, de Oslo (Noruega).
As exploradoras que não têm
navios-sonda contratados poderão ter de adiar projetos ou
pagar aluguéis de mais de US$
600 mil por dia.
"As principais empresas de
petróleo estão contra a parede,
uma vez que a Petrobras se
apropriou agressivamente de
parte significativa da capacidade em termos de navios-sonda", disse Omar Nokta, diretor
de pesquisa marítima da Dahlman Rose & Co., de Nova York.
A Petrobras está negociando
o aluguel de até 17 outros navios-sonda para averiguar o
campo de Tupi e os circunvizinhos, disse Bill Herbert, analista da Simmons & Co. International, de Houston (Texas).
Pela metade
A Petrobras já completou a
prospecção de metade da profundidade do campo de Carioca
e precisará de mais tempo para
determinar seu porte, disse o
ministro de Minas e Energia,
Edison Lobão.
Carioca é parte da nova região brasileira da camada pré-sal, área petrolífera coberta por
até 2.000 metros de água e até
4.000 metros abaixo do fundo
do mar. Ela abriga também o
campo de Tupi, que detém até 8
bilhões de barris.
Apenas 15 poços foram perfurados na região de pré-sal pela Petrobras e por empresas como Exxon Mobil e Royal Dutch
Shell, disse Lobão.
Terminal em São Luís
A Petrobras e a portuguesa
Galp Energia SGPS pretendem
construir um terminal em São
Luís (Maranhão) para importar
gás natural liqüefeito (GNL) da
Venezuela. O terminal, que vai
regaseificar o GNL, ajudará a
desenvolver a demanda pelo
combustível no Nordeste brasileiro, cuja economia vem crescendo, disse o ministro.
Se a demanda pelo combustível aumentar, poderá se formar
o interesse necessário para a
construção do projetado
"Grande Gasoduto do Sul", de
US$ 20 bilhões e capacidade de
transportar 150 milhões de metros cúbicos por dia -um duto
de gás natural ligando Venezuela, Brasil e outros países da
América do Sul proposto pelo
presidente da Venezuela, Hugo
Chávez-, disse Lobão.
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