São Paulo, sexta-feira, 16 de maio de 2008

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Petrobras arrenda 80% dos navios-sonda

Para prospectar campos em grandes profundidades, estatal brasileira contrata maioria das embarcações disponíveis no mundo

Com demanda maior pelos navios-sonda, petrolíferas como Exxon Mobil e BP são obrigadas a pagar mais pelas unidades restantes


JOE CARROLL
DA BLOOMBERG

A Petrobras arrendou cerca de 80% dos navios-sonda disponíveis no mercado mundial com a maior capacidade de prospecção em grandes profundidades, a fim de explorar perspectivas como a do campo de Tupi, a maior descoberta de petróleo do hemisfério Ocidental nos últimos anos.
A Petrobras está alugando navios-sonda com capacidade de prospectar em camada de água de pelo menos 3.000 metros, disse o presidente da empresa, Sergio Gabrielli, em entrevista na semana passada.
Segundo a Rigzone.com, que monitora o setor de prospecção em águas profundas, há 21 desses navios no mundo.
A demanda ""insaciável" da empresa está obrigando petrolíferas como a Exxon Mobil e a BP a pagar mais na disputa pelas unidades restantes, disseram Kjell Erik Eilertsen e Truls Olsen, analistas da Fearnley Fonds AS, de Oslo (Noruega). As exploradoras que não têm navios-sonda contratados poderão ter de adiar projetos ou pagar aluguéis de mais de US$ 600 mil por dia.
"As principais empresas de petróleo estão contra a parede, uma vez que a Petrobras se apropriou agressivamente de parte significativa da capacidade em termos de navios-sonda", disse Omar Nokta, diretor de pesquisa marítima da Dahlman Rose & Co., de Nova York.
A Petrobras está negociando o aluguel de até 17 outros navios-sonda para averiguar o campo de Tupi e os circunvizinhos, disse Bill Herbert, analista da Simmons & Co. International, de Houston (Texas).

Pela metade
A Petrobras já completou a prospecção de metade da profundidade do campo de Carioca e precisará de mais tempo para determinar seu porte, disse o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.
Carioca é parte da nova região brasileira da camada pré-sal, área petrolífera coberta por até 2.000 metros de água e até 4.000 metros abaixo do fundo do mar. Ela abriga também o campo de Tupi, que detém até 8 bilhões de barris.
Apenas 15 poços foram perfurados na região de pré-sal pela Petrobras e por empresas como Exxon Mobil e Royal Dutch Shell, disse Lobão.

Terminal em São Luís
A Petrobras e a portuguesa Galp Energia SGPS pretendem construir um terminal em São Luís (Maranhão) para importar gás natural liqüefeito (GNL) da Venezuela. O terminal, que vai regaseificar o GNL, ajudará a desenvolver a demanda pelo combustível no Nordeste brasileiro, cuja economia vem crescendo, disse o ministro.
Se a demanda pelo combustível aumentar, poderá se formar o interesse necessário para a construção do projetado "Grande Gasoduto do Sul", de US$ 20 bilhões e capacidade de transportar 150 milhões de metros cúbicos por dia -um duto de gás natural ligando Venezuela, Brasil e outros países da América do Sul proposto pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez-, disse Lobão.


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