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Linhas do BNDES terão mais R$ 11 bi
Com medida provisória, banco vai incluir como patrimônio recursos atualmente inscritos como dívida com o Tesouro
MP possibilita mudanças contábeis capazes de melhorar balanço do banco de desenvolvimento; BNDESPar registra prejuízo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo editou medida
provisória para melhorar o balanço e aumentar a capacidade
de empréstimo do BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
As mudanças contábeis envolvem R$ 27 bilhões em créditos
da União repassados ao banco
estatal nos últimos anos.
A MP autoriza que o BNDES
passe a considerar como patrimônio líquido até R$ 11 bilhões
que hoje estão inscritos em seu
balanço como dívida com o Tesouro Nacional. Isso garante
maior alavancagem (capacidade de empréstimo) ao banco,
que poderá destinar mais recursos ao setor produtivo.
O secretário-adjunto do Tesouro, Marcus Aucélio, disse
que a medida provisória permite que o BNDES troque os indexadores de dívidas com o Tesouro para evitar descasamento no seu balanço. "Isso não
amplia a alavancagem do banco, mas melhora a composição
de seus ativos", afirmou.
Na MP, a equipe econômica
aproveitou para turbinar o
Fundo de Garantia para a
Construção Naval, que já existia, mas contava com apenas R$
1 bilhão.
Agora, além de ganhar mais
R$ 4 bilhões, o fundo estenderá
a sua cobertura ao risco de performance dos estaleiros brasileiros na construção de sondas
para exploração de petróleo na
camada do pré-sal.
Até então, o fundo cobria
apenas o risco de crédito. "A
tecnologia para a construção
dessas sondas vem de fora. O
estaleiro que vai construir aqui
não tem expertise. Nas primeiras sondas, o equipamento pode não operar devidamente. Lá
pelo terceiro é que isso vai dar
certo. É preciso cobrir esse risco", disse Aucélio.
Desde o agravamento da crise financeira, em setembro do
ano passado, quando se reduziu
a oferta de crédito no mercado
financeiro, o governo vem adotando medidas para permitir ao
BNDES ampliar os financiamentos ao setor produtivo.
No início do ano, o governo
federal prometeu colocar R$
100 bilhões no caixa do BNDES
para garantir financiamentos.
A fonte dos recursos é o Tesouro Nacional. A operação
funciona como um empréstimo do governo. Até agora, só foram liberados R$ 13 bilhões, em
abril. O acordo entre o BNDES
e o governo diz que o banco toma o empréstimo à medida que
for necessário, para não pagar
os juros e ficar com o dinheiro
parado em caixa.
O texto publicado ontem no
"Diário Oficial da União" também oficializa o anúncio já feito
pelo governo de antecipar R$ 1
bilhão em recursos do FPM
(Fundo de Participação dos
Municípios) para as prefeituras. Por conta da crise e da queda de arrecadação, houve redução na receita dos municípios.
Desembolsos
Os desembolsos do BNDES
cresceram 2% no acumulado
do ano até abril e somaram R$
26,6 bilhões.
Os resultados indicam desaceleração no ritmo de expansão
dos empréstimos para investimentos. No período de janeiro
a março, o banco havia registrado um volume recorde de recursos liberados, com avanço
de 13% em relação a igual período do ano passado.
Em comunicado, a subsidiária do banco que atua na área de
mercado de capitais divulgou o
segundo trimestre seguido de
resultados negativos. De janeiro a março deste ano, a BNDESPar (BNDES Participações) teve prejuízo de R$ 23,6 milhões.
No trimestre anterior, havia sido de R$ 318 milhões.
Colaborou JANAINA LAGE, da Sucursal do Rio
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