São Paulo, Domingo, 16 de Maio de 1999
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DRAMA URBANO
A pedido da Folha, 9 dos 50 mil candidatos a uma vaga em frente de trabalho contam o que estão vivendo
Cartas revelam aflição de desempregados

ARMANDO ANTENORE
da Reportagem Local

Os nove personagens que se espalham por esta página representam, em teoria, o Brasil que deu certo.
Moram na Grande São Paulo, a região mais próspera do país, e concluíram o segundo grau. A maioria dispõe de telefone em casa e frequentou pelo menos um ano de faculdade.
Há uma semana, porém, todos engrossavam a fila de 50 mil desempregados que disputavam as 10 mil vagas de uma frente de trabalho aberta pela prefeitura paulistana. Candidatavam-se a varrer as ruas por seis meses em troca de um salário mínimo (R$ 136).
Acabaram sem conseguir nada porque os recrutadores deram preferência àqueles que só têm o primeiro grau ou menos.
Na última quarta-feira, a Folha reuniu os nove e lhes fez uma proposta: que escrevessem cartas falando do desemprego. Poderiam endereçá-las para quem quisessem, famosos ou não.
Dos nove, somente um se dirigiu ao presidente FHC. Mas quatro recorreram a artistas de televisão ou grupos de pagode. Um procurou o programa "Fantástico", e outro, "o Silvio Santos empresário".
Os trechos das cartas que a Folha publica estão quase na íntegra. Sofreram apenas correções ortográficas e de pontuação.


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