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DRAMA URBANO
A pedido da Folha, 9 dos 50 mil candidatos a uma vaga em frente de trabalho contam o que estão vivendo
Cartas revelam aflição de desempregados
ARMANDO ANTENORE
da Reportagem Local
Os nove personagens que se espalham por esta página representam, em teoria, o Brasil que deu
certo.
Moram na Grande São Paulo, a
região mais próspera do país, e
concluíram o segundo grau. A
maioria dispõe de telefone em casa
e frequentou pelo menos um ano
de faculdade.
Há uma semana, porém, todos
engrossavam a fila de 50 mil desempregados que disputavam as
10 mil vagas de uma frente de trabalho aberta pela prefeitura paulistana. Candidatavam-se a varrer
as ruas por seis meses em troca de
um salário mínimo (R$ 136).
Acabaram sem conseguir nada
porque os recrutadores deram
preferência àqueles que só têm o
primeiro grau ou menos.
Na última quarta-feira, a Folha
reuniu os nove e lhes fez uma proposta: que escrevessem cartas falando do desemprego. Poderiam
endereçá-las para quem quisessem, famosos ou não.
Dos nove, somente um se dirigiu
ao presidente FHC. Mas quatro recorreram a artistas de televisão ou
grupos de pagode. Um procurou o
programa "Fantástico", e outro, "o
Silvio Santos empresário".
Os trechos das cartas que a Folha
publica estão quase na íntegra. Sofreram apenas correções ortográficas e de pontuação.
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