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SEM PUJANÇA
Empresas de cidades da região metropolitana perdem peso e passam a contribuir menos para o PIB nacional
Riqueza da indústria de SP vai para o interior
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Caiu a participação da região metropolitana de São Paulo, que inclui a capital, no valor total da riqueza gerada pela indústria no Estado. Cidades como Campinas, São José dos Campos, Franca e Bauru, que compõem o chamado "entorno metropolitano", expandiram o seu peso nessa conta.
Os dados fazem parte da Paep (Pesquisa da Atividade Econômica Paulista) apresentada pela Fundação Seade.
Pelo levantamento, em 1996 a cidade de São Paulo era responsável por 33,1% do valor adicionado total das empresas no Estado. Em 2001, a taxa caiu para 28,8%. Valor adicionado é a diferença entre o valor bruto da produção (a soma de todas as receitas da empresa) menos o consumo intermediário (a soma de todos os custos e despesas da companhia).
Na região metropolitana de São Paulo (inclui a capital, o ABC paulista e demais cidades vizinhas) também foi verificada uma queda. Em 2001, a região tinha uma participação de 52,6% no valor das riquezas do Estado. Cinco anos antes, o número era maior (60,4%). A região passou, portanto, a contribuir menos para a formação do PIB nacional industrial.
As áreas de alimentos e bebidas e produtos químicos foram responsáveis por parcelas maiores da receita total da indústria paulista em 2001, em comparação a 1996. Quem perdeu espaço foram o setor automobilístico, de máquinas e equipamentos e de material eletrônico (como celulares).
"Verificamos que se manteve o processo de reacomodação da indústria em novos espaços. São Paulo é menos "dona" da produção industrial do Estado", diz Miguel Matteo, chefe da divisão de estudos econômicos da fundação.
Na outra ponta da cadeia, representada pelo comércio, também houve mudanças. Dessa vez, a região metropolitana de São Paulo ganhou participação (de 51,6% para 55,9% no período). São José dos Campos e Sorocaba ficaram com um bolo menor.
A mudança na distribuição das riquezas no Estado não ajudou a criar mais vagas no Estado. O total de pessoal ocupado no setor industrial passou de 2,18 milhões, em 1996, para 1,92 milhão em 2001. No comércio, de 2,07 milhões para 1,92 milhão.
A análise da fundação utilizou dados de 2001 porque a coleta dos números iniciou-se em 2002. Participaram 794,2 mil empresas.
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