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Ministro defende que Tesouro assuma dívidas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O novo ministro da Secretaria Especial de Portos, Pedro Brito, diz defender que o
Tesouro Nacional assuma a
dívida acumulada das estatais federais Codesp (Porto
de Santos) e CDRJ (portos
do Rio, Niterói, Sepetiba e
Angra dos Reis) para dar viabilidade a essas empresas e
permitir novos investimentos com recursos próprios.
Somadas, as estatais têm
débito de aproximadamente
R$ 1,3 bilhão - R$ 800 milhões em Santos e R$ 500
milhões no Rio de Janeiro. A
dívida (oriunda, na sua maioria, de ações trabalhistas e
tributárias) é pouco superior
ao valor total previsto no
PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) para investimentos em dragagem
até 2010: R$ 1,2 bilhão.
"Se depender da nossa
idéia, seria simplesmente
transferir [as dívidas] para o
Tesouro. Do ponto de vista
de impacto fiscal, não terá
nenhum. Estamos simplesmente transferindo de um
bolso para o outro. Em algum
momento esse déficit de uma
empresa estatal será do Tesouro", disse Brito.
"O fato de o Tesouro hoje
ter que aportar recursos sistematicamente para investimentos, porque as empresas
estão sem capacidade de investir, já mostra que ele está
tendo que colocar dinheiro
nas empresas. Uma companhia como a Codesp, saneada
financeiramente e bem gerida, tem condição de prescindir do Tesouro até mesmo
para novos investimentos."
A idéia não é consenso
dentro do governo e enfrenta
resistência dentro da equipe
econômica, como admite o
próprio ministro de Portos.
"Quando a Fazenda se coloca
contra, temos que entender
que é um posicionamento
correto por isso, porque já foi
feito duas vezes e a má gestão
levou à novos déficits."
A Folha procurou a secretaria do Tesouro Nacional,
por meio da assessoria de
imprensa do Ministério da
Fazenda, mas não obteve
resposta.
Segundo o novo ministro,
os portos públicos, que em
geral dão prejuízo (a Codesp
ficou no vermelho em R$
120,9 milhões no ano passado), terão que dar lucro depois de saneados. Para isso,
afirma Brito, será necessário
mudar a gestão e o perfil dos
ocupantes dos cargos.
"Nós precisamos ter uma
nova concepção de modelo
de gestão portuária. A crítica
que se faz é que há muita politização das indicações dos
diretores e que, além disso,
eles são indicados por partidos diferentes, o que não
permite uma gestão profissional do negócio. O que nós
queremos é que os portos
brasileiros se transformem
em entrepostos de negócios
lucrativos", disse Brito.
Ainda de acordo com o ministro, dentro do novo modelo de gestão deverá haver
competição entre portos estatais e privados. "Temos
que ter estímulo para a competição entre as companhias
Docas. Não só entre portos
públicos como também entre portos privados."
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