São Paulo, terça-feira, 16 de junho de 2009

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Liquidez volta, e bancos reduzem taxa do CDB

DA REPORTAGEM LOCAL

Com a volta da normalidade nos mercados e taxas de juros consideravelmente menores, bancos de diferentes portes também reduziram as taxas dos CDBs (Certificados de Depósitos Bancários), principal instrumento de captação de recursos a prazo no varejo bancário e que liderou o ranking de todas as aplicações financeiras no ano passado (11,83%).
Nos grandes bancos, só clientes do segmento private (gestão de fortunas) conseguem hoje taxas de 100% do CDI (9,05% ao ano) para as aplicações pós-fixadas. Para os clientes de alta renda, as taxas chegam a 90% do CDI (8,14% ao ano).
Considerado referência no país para juros privados, o CDI é a taxa de empréstimo entre os bancos. Ontem, desceu a inéditos 9,05% -antes da última reunião do Copom, que reduziu a Selic de 10,25% para 9,25%, o CDI variava entre 9,3% e 9,4%.
Segundo consultores de investimentos pessoais, só os CDBs com taxas próximas de 90% do CDI têm rendimento líquido acima da poupança, que era de 6,72% ao ano ontem.
No auge do aperto de liquidez, os grandes bancos chegaram a pagar até 103% para os clientes de maior renda e 100% para o público do varejo. A situação mais grave foi dos bancos pequenos, que tiveram de aceitar taxas de 120% do CDI para captar recursos -hoje, o máximo chega a 106%.
Segundo Alexandre Jorge Chaia, professor de Finanças do Insper, as taxas dos CDBs desabaram porque acabou a urgência de captação que os bancos tiveram no final do ano passado. Chaia diz que os bancos pequenos encontraram alternativas de captação no FGC (Fundo Garantidor de Crédito). "Voltou a ter liquidez na economia e diminuiu a competição na captação", disse.
Para Fabio Colombo, administrador de investimentos pessoais, as taxas dos CDBs só voltarão a subir novamente se ocorrer um aquecimento no crédito. "Os bancos jogaram as taxas lá para baixo porque não estão tendo necessidade de captação. Aquele cenário de taxas de 100% do CDI nos bancos de primeira linha ficou para traz. O investidor tem de fazer conta para não perder da poupança", disse.
(TONI SCIARRETTA)


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