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Liquidez volta, e bancos reduzem taxa do CDB
DA REPORTAGEM LOCAL
Com a volta da normalidade
nos mercados e taxas de juros
consideravelmente menores,
bancos de diferentes portes
também reduziram as taxas dos
CDBs (Certificados de Depósitos Bancários), principal instrumento de captação de recursos a prazo no varejo bancário e
que liderou o ranking de todas
as aplicações financeiras no
ano passado (11,83%).
Nos grandes bancos, só clientes do segmento private (gestão
de fortunas) conseguem hoje
taxas de 100% do CDI (9,05%
ao ano) para as aplicações pós-fixadas. Para os clientes de alta
renda, as taxas chegam a 90%
do CDI (8,14% ao ano).
Considerado referência no
país para juros privados, o CDI
é a taxa de empréstimo entre os
bancos. Ontem, desceu a inéditos 9,05% -antes da última
reunião do Copom, que reduziu
a Selic de 10,25% para 9,25%, o
CDI variava entre 9,3% e 9,4%.
Segundo consultores de investimentos pessoais, só os
CDBs com taxas próximas de
90% do CDI têm rendimento
líquido acima da poupança, que
era de 6,72% ao ano ontem.
No auge do aperto de liquidez, os grandes bancos chegaram a pagar até 103% para os
clientes de maior renda e 100%
para o público do varejo. A situação mais grave foi dos bancos pequenos, que tiveram de
aceitar taxas de 120% do CDI
para captar recursos -hoje, o
máximo chega a 106%.
Segundo Alexandre Jorge
Chaia, professor de Finanças
do Insper, as taxas dos CDBs
desabaram porque acabou a urgência de captação que os bancos tiveram no final do ano passado. Chaia diz que os bancos
pequenos encontraram alternativas de captação no FGC
(Fundo Garantidor de Crédito). "Voltou a ter liquidez na
economia e diminuiu a competição na captação", disse.
Para Fabio Colombo, administrador de investimentos
pessoais, as taxas dos CDBs só
voltarão a subir novamente se
ocorrer um aquecimento no
crédito. "Os bancos jogaram as
taxas lá para baixo porque não
estão tendo necessidade de
captação. Aquele cenário de taxas de 100% do CDI nos bancos
de primeira linha ficou para
traz. O investidor tem de fazer
conta para não perder da poupança", disse.
(TONI SCIARRETTA)
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