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Produção dá sinais de retomada, aponta FGV
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A produção industrial no Estado de São Paulo cresceu 3,8%
em maio ante abril, segundo o
SPI (Sinalizador da Produção
Industrial), divulgado ontem
pela FGV (Fundação Getulio
Vargas). O estudo busca antecipar a atividade da indústria.
Se confirmado, o resultado
será melhor do que o registrado
entre março e abril (1%), mas o
histórico de alta na ponta, iniciado em janeiro, ainda é insuficiente para aproximar o setor
dos níveis pré-crise.
De acordo com Paulo Picchetti, economista da FGV, a
evolução do desempenho industrial após a eclosão da crise
financeira, no ano passado, se
dará como uma curva em "V".
Por enquanto, a indústria se
mantém em linha descendente
quando se leva em consideração o período de 12 meses meses. Em maio, a queda acumulada é de 4,3% -mais pronunciada do que a de abril (-2,9%),
segundo a FGV.
"Temos tido recuperação na
margem, mas a tendência no
longo prazo ainda é de baixa",
afirmou o economista.
Para ele, a análise de que a
crise já ficou para trás deve ser
ponderada, já que o investimento, que tem relação maior
com o longo prazo, continua
decrescente. "A indústria não
deve esboçar trajetória de alta
antes do final do ano", disse
Paulo Picchetti.
Outros indicadores antecedentes -como o fluxo de caminhões nas estradas, a venda de
papelão ondulado e a produção
de veículos- também apontam
uma recuperação em maio.
O índice ABCR (Associação
Brasileira de Concessionárias
de Rodovias) apontou no mês
passado crescimento de 2,7%
em relação a abril. Na comparação com maio de 2008, porém,
a queda é de 2,9%.
"A expectativa é de alta mais
contínua, mas, nos últimos meses, o índice tem mostrado certa volatilidade", disse Ariadne
Vitoriano, analista da Tendências, responsável pela elaboração do índice ABCR.
As vendas do setor de papelão ondulado tiveram alta de
6,14% entre abril e maio. Já a
produção de veículos aumentou 6,7% na mesma comparação. Na comparação interanual, as quedas foram de 6,45%
e 7,7%, respectivamente.
"Os resultados são bons, mas
mostram que a indústria ainda
tem um longo caminho para
percorrer", disse Rogério César
de Souza, economista do Iedi
(Instituto de Estudos para o
Desenvolvimento Industrial).
(PAULO DE ARAUJO)
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