São Paulo, terça-feira, 16 de junho de 2009

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Produção dá sinais de retomada, aponta FGV

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A produção industrial no Estado de São Paulo cresceu 3,8% em maio ante abril, segundo o SPI (Sinalizador da Produção Industrial), divulgado ontem pela FGV (Fundação Getulio Vargas). O estudo busca antecipar a atividade da indústria.
Se confirmado, o resultado será melhor do que o registrado entre março e abril (1%), mas o histórico de alta na ponta, iniciado em janeiro, ainda é insuficiente para aproximar o setor dos níveis pré-crise.
De acordo com Paulo Picchetti, economista da FGV, a evolução do desempenho industrial após a eclosão da crise financeira, no ano passado, se dará como uma curva em "V". Por enquanto, a indústria se mantém em linha descendente quando se leva em consideração o período de 12 meses meses. Em maio, a queda acumulada é de 4,3% -mais pronunciada do que a de abril (-2,9%), segundo a FGV.
"Temos tido recuperação na margem, mas a tendência no longo prazo ainda é de baixa", afirmou o economista.
Para ele, a análise de que a crise já ficou para trás deve ser ponderada, já que o investimento, que tem relação maior com o longo prazo, continua decrescente. "A indústria não deve esboçar trajetória de alta antes do final do ano", disse Paulo Picchetti.
Outros indicadores antecedentes -como o fluxo de caminhões nas estradas, a venda de papelão ondulado e a produção de veículos- também apontam uma recuperação em maio.
O índice ABCR (Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias) apontou no mês passado crescimento de 2,7% em relação a abril. Na comparação com maio de 2008, porém, a queda é de 2,9%.
"A expectativa é de alta mais contínua, mas, nos últimos meses, o índice tem mostrado certa volatilidade", disse Ariadne Vitoriano, analista da Tendências, responsável pela elaboração do índice ABCR.
As vendas do setor de papelão ondulado tiveram alta de 6,14% entre abril e maio. Já a produção de veículos aumentou 6,7% na mesma comparação. Na comparação interanual, as quedas foram de 6,45% e 7,7%, respectivamente.
"Os resultados são bons, mas mostram que a indústria ainda tem um longo caminho para percorrer", disse Rogério César de Souza, economista do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial).
(PAULO DE ARAUJO)


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