São Paulo, Quarta-feira, 16 de Junho de 1999
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MERCADO FINANCEIRO

Fim de pressão da CPMF faz dólar recuar

da Reportagem Local

Depois de três dias úteis registrando altas consecutivas, o dólar comercial apresentou recuo de 0,56% ontem. A moeda foi cotada a R$ 1,781, para venda.
No início dos negócios, havia a impressão de que a trajetória de alta seria mantida, com o dólar atingindo R$ 1,796. O Banco Central (BC) não interveio.
Mas, com uma pressão menor de saída de dólares, a cotação foi caindo. Segundo avaliação de operadores, a maioria dos importadores que queriam se livrar da cobrança da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) já havia antecipado operações de compra até anteontem.
O tributo passa a ser cobrado amanhã. Negócios realizados hoje já terão a incidência da CPMF, pois são necessários de um a dois dias para liquidar a operação.
Alguns movimentos de entrada de dólares foram detectados. O Unibanco, por exemplo, captou recursos no exterior.
A expectativa de entrada de moeda, por meio do leilão de áreas de petróleo realizado ontem, e a pressão menor de vencimentos de dívidas externas de empresas brasileiras (a maioria já venceu ou foi antecipado) ajudaram a controlar a cotação.
Mas a cautela deve prevalecer até o fim do mês, já que junho ainda tem R$ 500 milhões em vencimento de títulos federais reajustados pela variação cambial.
Na média ponderada do BC o dólar foi cotado a R$ 1,7892, alta de 0,6% sobre anteontem.
A Bolsa de Valores de São Paulo registrou alta de 0,89%, acompanhando o desempenho do mercado acionário em Nova York. Dow Jones subiu 0,3%.
"Estamos seguindo a tendência de Nova York, mas um pouco mais sensíveis por causa da falta de liquidez", disse Cláudio Henrique Sangar, diretor de operações da Planner.
O volume financeiro da Bovespa, de R$ 353,011 milhões, foi o segundo menor do mês.
Os investidores estariam à espera da divulgação da taxa de inflação de maio nos EUA, que será divulgada hoje. Se o índice for maior do que o esperado (a estimativa é de 0,2%), o Fed (banco central) pode aumentar a taxa de juros.
O mercado já está prevendo um aumento nos juros dos EUA (hoje em 4,75% ao ano) entre 0,25 e 0,5 ponto percentual.
(MARCELO DIEGO)


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