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Investimento da Espanha no país
pode ter sido negativo no semestre
DA REPORTAGEM LOCAL
A Espanha, país que já liderou a
lista de maiores investidores diretos no Brasil, corre o risco de contabilizar um saldo negativo de investimentos produtivos no país
no primeiro semestre deste ano.
Até maio, empresas espanholas
haviam enviado US$ 267 milhões
para o Brasil. Mas, em junho, foi
registrada a saída de US$ 649 milhões referentes à venda do BBV
Banco para o Bradesco.
Com isso, a não ser que novos
ingressos de empresas espanholas
superem US$ 380 milhões em junho, é possível que seu saldo líquido do fluxo de investimentos
no Brasil fique no vermelho.
É uma virada radical de tendência, se considerado o fato de que a
Espanha chegou a liderar, em
1998 e 2000, o ranking dos países
que mais investiam no Brasil. Durante esse período, importantes
grupos como a Telefônica e o Santander desembarcaram no país.
O Santander desembolsou, por
exemplo, US$ 7,05 bilhões para
para comprar o Banespa em 2000.
A Telefônica trouxe US$ 17 bilhões para a aquisição de participações em empresas de telefonia
com a privatização do setor em
1998. Depois disso, o grupo espanhol investiu outros R$ 18 bilhões
em expansão e melhoria das redes
entre 1998 e 2001. Para este ano, a
expectativa da empresa espanhola é investir R$ 2 bilhões no país,
número ainda grande, mas bem
inferior à média de outros anos.
A Repsol, gigante do setor de
petróleo na Espanha, também
veio para o país nos últimos anos.
Este ano a empresa chegou a
anunciar investimentos de US$
200 milhões no Brasil.
Os números de novos investimentos, de empresas espanholas
e de outros países, no entanto,
têm sido modestos se comparados a cifras de outros anos. Segundo Antônio Corrêa de Lacerda, presidente da Sobeet (Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica), contribuem para isso fatores como a
instabilidade regulatória em setores como os de infra-estrutura e o
fim das privatizações.
No caso da Espanha, perdas na
Argentina contribuíram para a
fuga da região.
(ÉRICA FRAGA)
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