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São Paulo, quarta-feira, 16 de julho de 2003

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Investimento da Espanha no país pode ter sido negativo no semestre

DA REPORTAGEM LOCAL

A Espanha, país que já liderou a lista de maiores investidores diretos no Brasil, corre o risco de contabilizar um saldo negativo de investimentos produtivos no país no primeiro semestre deste ano.
Até maio, empresas espanholas haviam enviado US$ 267 milhões para o Brasil. Mas, em junho, foi registrada a saída de US$ 649 milhões referentes à venda do BBV Banco para o Bradesco.
Com isso, a não ser que novos ingressos de empresas espanholas superem US$ 380 milhões em junho, é possível que seu saldo líquido do fluxo de investimentos no Brasil fique no vermelho.
É uma virada radical de tendência, se considerado o fato de que a Espanha chegou a liderar, em 1998 e 2000, o ranking dos países que mais investiam no Brasil. Durante esse período, importantes grupos como a Telefônica e o Santander desembarcaram no país.
O Santander desembolsou, por exemplo, US$ 7,05 bilhões para para comprar o Banespa em 2000.
A Telefônica trouxe US$ 17 bilhões para a aquisição de participações em empresas de telefonia com a privatização do setor em 1998. Depois disso, o grupo espanhol investiu outros R$ 18 bilhões em expansão e melhoria das redes entre 1998 e 2001. Para este ano, a expectativa da empresa espanhola é investir R$ 2 bilhões no país, número ainda grande, mas bem inferior à média de outros anos.
A Repsol, gigante do setor de petróleo na Espanha, também veio para o país nos últimos anos. Este ano a empresa chegou a anunciar investimentos de US$ 200 milhões no Brasil.
Os números de novos investimentos, de empresas espanholas e de outros países, no entanto, têm sido modestos se comparados a cifras de outros anos. Segundo Antônio Corrêa de Lacerda, presidente da Sobeet (Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica), contribuem para isso fatores como a instabilidade regulatória em setores como os de infra-estrutura e o fim das privatizações.
No caso da Espanha, perdas na Argentina contribuíram para a fuga da região. (ÉRICA FRAGA)


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