COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Com o mercado interno forte e as exportações em queda, as vendas no varejo e a produção industrial apresentam resultados díspares.
Enquanto o comércio varejista teve alta de 0,8% em maio ante abril, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a indústria continuava em ritmo lento de recuperação e, em junho, deve apresentar crescimento zero, de acordo com o SPI (Sinalizador da Produção Industrial) da FGV (Fundação Getúlio Vargas). O estudo busca antecipar a atividade da indústria.
Se confirmado o resultado, será a primeira vez desde dezembro que a produção da indústria não cresce na comparação mensal.
"Os indicadores mostram que o setor produtivo não seguiu o diapasão do varejo em junho", disse Júlio Gomes de Almeida, professor da Unicamp e ex-secretário de Política Econômica. "O comércio vai muito bem, enquanto a indústria está claudicando com as exportações fracas."
Em junho, o fluxo de caminhões pesados nas rodovias, outro indicador de produção, caiu 2,4%, a primeira queda desde janeiro, segundo a ABCR (Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias).
Para Ariadne Vitoriano, analista da Tendências, os bens de consumo duráveis ainda devem impedir uma retração na indústria em junho. A Anfavea (associação das montadoras) registrou no mês passado 8,4% de alta na produção de veículos ante maio. A Tendências prevê alta de 0,6% da produção industrial para o mês. (PAULO DE ARAUJO)


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