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CRISE NO AR
Medida foi tomada após pedido de concordata da americana, que havia solicitado 22 aeronaves; ação cai na Bolsa
Embraer cancela encomendas da US Airways
FÁBIO AMATO
DA AGÊNCIA FOLHA,
EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
A Embraer confirmou ontem a
suspensão temporária das entregas de aeronaves à US Airways. A
medida foi tomada depois de um
novo pedido de concordata pela
companhia americana, sétima
maior empresa de aviação dos
EUA. É a segunda vez em dois
anos que a US Airways pede proteção judicial contra os credores.
A decisão de suspender as entregas de jatos foi informada na
segunda-feira aos funcionários da
Embraer pelo diretor presidente
da empresa, Maurício Botelho.
"Trata-se [o pedido de concordata] de um acontecimento de
imediatas e graves conseqüências
para a Embraer. Nossas entregas à
US Airways, que totalizam 22 aeronaves Embraer 170 até o momento, estão temporariamente
suspensas até que se esclareça o
novo quadro", diz Botelho em um
informativo interno da empresa.
"Consequentemente, é de se esperar que nossas metas de produção para 2004 e 2005 venham a ser
afetadas", afirmou ainda.
A ação preferencial da empresa
na Bovespa teve sua segunda
maior alta (2,7%) na segunda-feira, mas no pregão de ontem a
ação preferencial da Embraer teve
a maior desvalorização (-2,9%).
De acordo com o presidente do
Sindicato dos Metalúrgicos de
São José dos Campos (91 km de
SP), onde fica a fábrica da Embraer, Adílson dos Santos, a empresa garantiu que a decisão não
ocasionará demissões. "A direção
da Embraer me informou que reduzirá o volume de horas extras
dos funcionários. Mas me garantiu que não haverá demissões".
A US Airways é o principal
cliente das aeronaves Embraer
170. Em maio de 2003, a empresa
encomendou 85 jatos à empresa
brasileira e fez opção de compra
de outras 50. O negócio, convertidas as opções, supera os US$ 6 bilhões. Das 85 aeronaves, 22 já foram entregues pela Embraer. Para
cumprir a meta de entregas deste
ano, faltam ainda 14.
A competição e a alta nos preços
dos combustíveis têm sido os
principais obstáculos à recuperação financeira da US Airways.
Em 2002, a primeira concordata
teve como pano de fundo a crise
no setor de aviação dos EUA causada pelos atentados terroristas
de 11 de setembro de 2001.
Para driblar os obstáculos, a
empresa aposta em contratos na
área militar. Em agosto, a empresa anunciou que participará do
consórcio liderado pela americana Lockheed Martin fornecendo
o aviação ERJ 145 para o Exército
e a Marinha dos EUA. A Embraer
deve levar US$ 1,5 bilhão.
Com a Folha Online
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