São Paulo, quinta-feira, 16 de setembro de 2004

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BARRIL DE PÓLVORA

Cartel admite que decisão deverá ter pouco efeito para controlar preços; estoque dos EUA diminui

Opep decide elevar produção de petróleo

DA REDAÇÃO

A Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) decidiu elevar sua capacidade de produção diária de petróleo em 1 milhão de barris para tentar debelar a alta dos preços.
No entanto, o gesto do cartel foi considerado simbólico por analistas de mercado. O analista Leo Drollas, do Centro de Estudos em Energia de Londres, afirmou que a decisão é irrelevante. "É um exercício para provar ao consumidor de que a Opep gosta deles. Isso não ajudará o mercado."
Em sua reunião ministerial realizada ontem em Viena, os ministros de petróleo da Opep decidiram elevar para 28 milhões de barris sua produção diária. Para alguns ministros, no entanto, a decisão não passou de cosmética. O próprio presidente da organização, o indonésio Purnomo Yusgiantoro, admitiu a impotência do cartel em controlar os preços. "A Opep não tem controle sobre fatores como a especulação e as tensões geopolíticas."
Ontem, em Nova York, os contratos negociados para outubro encerraram negociados a US$ 43,58, uma queda de quase 2%. Já em Londres, o barril do tipo Brent fechou o pregão cotado a US$ 41,85, 12 centavos de aumento.

Estoques
A decisão da Opep vem logo após o Departamento de Energia dos EUA, maior consumidor mundial do produto, anunciar em seu informe semanal uma queda em seus estoques de petróleo. Esta foi a sétima semana consecutiva de queda. Segundo o informe, os níveis são os mais baixos desde março. O resultado dos estoques norte-americanos contrasta com a visão dos membros da Opep, para quem existe até um excesso do produto no mercado.

Rússia
A Rússia alertou ontem de que as licenças de produção petrolíferas domésticas e estrangeiras podem ser revogadas, se a riqueza natural da nação não for explorada nos termos de Moscou.
O ministro de Recursos, Yuri Trutnev, disse que a Rússia estava preparada para retirar a licença de produção de um dos maiores projetos da BP (British Petroleum).
No ano passado, a BP adquiriu uma parcela de 49% da quarta maior petrolífera russa, a TNK, e formou a joint venture TNK-BP.
Trutnev disse que o ministério está insatisfeito porque a joint venture não investiu em infra-estrutura no campo Kovytka.
O ministro também aumentou a pressão sobre a petrolífera Yukos e ameaçou tirar a licença de sua unidade siberiana Yuganskneftegaz, que produz 1 milhão de barris de petróleo por dia, ou 60% da produção da Yukos.


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