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BARRIL DE PÓLVORA
Cartel admite que decisão deverá ter pouco efeito para controlar preços; estoque dos EUA diminui
Opep decide elevar produção de petróleo
DA REDAÇÃO
A Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) decidiu elevar sua capacidade de
produção diária de petróleo em 1
milhão de barris para tentar debelar a alta dos preços.
No entanto, o gesto do cartel foi
considerado simbólico por analistas de mercado. O analista Leo
Drollas, do Centro de Estudos em
Energia de Londres, afirmou que
a decisão é irrelevante. "É um
exercício para provar ao consumidor de que a Opep gosta deles.
Isso não ajudará o mercado."
Em sua reunião ministerial realizada ontem em Viena, os ministros de petróleo da Opep decidiram elevar para 28 milhões de
barris sua produção diária. Para
alguns ministros, no entanto, a
decisão não passou de cosmética.
O próprio presidente da organização, o indonésio Purnomo Yusgiantoro, admitiu a impotência
do cartel em controlar os preços.
"A Opep não tem controle sobre
fatores como a especulação e as
tensões geopolíticas."
Ontem, em Nova York, os contratos negociados para outubro
encerraram negociados a US$
43,58, uma queda de quase 2%. Já
em Londres, o barril do tipo Brent
fechou o pregão cotado a US$
41,85, 12 centavos de aumento.
Estoques
A decisão da Opep vem logo
após o Departamento de Energia
dos EUA, maior consumidor
mundial do produto, anunciar
em seu informe semanal uma
queda em seus estoques de petróleo. Esta foi a sétima semana consecutiva de queda. Segundo o informe, os níveis são os mais baixos desde março. O resultado dos
estoques norte-americanos contrasta com a visão dos membros
da Opep, para quem existe até um
excesso do produto no mercado.
Rússia
A Rússia alertou ontem de que
as licenças de produção petrolíferas domésticas e estrangeiras podem ser revogadas, se a riqueza
natural da nação não for explorada nos termos de Moscou.
O ministro de Recursos, Yuri
Trutnev, disse que a Rússia estava
preparada para retirar a licença de
produção de um dos maiores projetos da BP (British Petroleum).
No ano passado, a BP adquiriu
uma parcela de 49% da quarta
maior petrolífera russa, a TNK, e
formou a joint venture TNK-BP.
Trutnev disse que o ministério
está insatisfeito porque a joint
venture não investiu em infra-estrutura no campo Kovytka.
O ministro também aumentou
a pressão sobre a petrolífera Yukos e ameaçou tirar a licença de
sua unidade siberiana Yuganskneftegaz, que produz 1 milhão de
barris de petróleo por dia, ou 60%
da produção da Yukos.
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