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Foco
Funcionários do Lehman retiram pertences do banco e atraem turistas
DANIEL BERGAMASCO
DE NOVA YORK
Na esquina da Sétima Avenida com a rua 49, em Manhattan, funcionários do
banco Lehman Brothers já
circulavam ontem carregando seus pertences em caixas,
mochilas e malas.
A perda do emprego ainda
não havia sido confirmada
oficialmente, mas a principal
pergunta dos 26 mil funcionários do banco no mundo
era: "Qual é seu plano B?"
"Como em toda falência,
tem gente lá dentro nervosa,
chorando ou fazendo piada
da situação. A maioria está
pendurada ao telefone consultando seus contatos", disse à Folha uma funcionária.
As câmeras atraíam turistas curiosos ao banco, que fica próximo aos teatros da
Broadway. A polícia teve de
instalar grades para organizar o fluxo da calçada.
No escritório de Londres,
funcionários precisaram ser
escoltados, tamanha a confusão. "Os gerentes disseram
para esvaziarmos gavetas e
irmos para casa", diz um
operador do mercado financeiro, que pediu anonimato.
"Chegamos ao banco achando que tínhamos sido comprados por alguém, mas agora temos que esperar orientações de superiores. Só espero que pelo menos paguem o salário deste mês."
Há outro prejuízo: os empregados têm cerca de um
terço das ações da empresa.
Em um cenário pessimista, 30 mil empregos podem
ser perdidos no mercado financeiro de Manhattan pela
quebra do banco, previu ontem o governador do Estado
de Nova York, David Patterson. O prefeito de Nova
York, Michael Bloomberg,
cancelou viagem para monitorar a crise. Segundo seus
assessores, passou o final de
semana trocando telefonemas com executivos de banco para tomar medida do impacto que a crise pode ter na
economia local.
Colaborou DENYSE GODOY,
da Reportagem Local
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