São Paulo, terça-feira, 16 de setembro de 2008

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Foco

Funcionários do Lehman retiram pertences do banco e atraem turistas

DANIEL BERGAMASCO
DE NOVA YORK

Na esquina da Sétima Avenida com a rua 49, em Manhattan, funcionários do banco Lehman Brothers já circulavam ontem carregando seus pertences em caixas, mochilas e malas.
A perda do emprego ainda não havia sido confirmada oficialmente, mas a principal pergunta dos 26 mil funcionários do banco no mundo era: "Qual é seu plano B?"
"Como em toda falência, tem gente lá dentro nervosa, chorando ou fazendo piada da situação. A maioria está pendurada ao telefone consultando seus contatos", disse à Folha uma funcionária.
As câmeras atraíam turistas curiosos ao banco, que fica próximo aos teatros da Broadway. A polícia teve de instalar grades para organizar o fluxo da calçada.
No escritório de Londres, funcionários precisaram ser escoltados, tamanha a confusão. "Os gerentes disseram para esvaziarmos gavetas e irmos para casa", diz um operador do mercado financeiro, que pediu anonimato.
"Chegamos ao banco achando que tínhamos sido comprados por alguém, mas agora temos que esperar orientações de superiores. Só espero que pelo menos paguem o salário deste mês."
Há outro prejuízo: os empregados têm cerca de um terço das ações da empresa.
Em um cenário pessimista, 30 mil empregos podem ser perdidos no mercado financeiro de Manhattan pela quebra do banco, previu ontem o governador do Estado de Nova York, David Patterson. O prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, cancelou viagem para monitorar a crise. Segundo seus assessores, passou o final de semana trocando telefonemas com executivos de banco para tomar medida do impacto que a crise pode ter na economia local.


Colaborou DENYSE GODOY, da Reportagem Local


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