DA BLOOMBERG

Maior banco de varejo dos EUA, o Bank of America fechou ontem a compra do banco Merrill Lynch, por cerca de US$ 50 bilhões. A instituição, uma das mais antigas companhias financeiras americanas, é mais uma vítima da crise que assusta os mercados mundiais.
A compra será feita com ações do Bank of America, que por sua vez vai pagar US$ 29 por cada ação do Merril, sediado em Nova York. Isso representa 70% a mais do que o preço de fechamento em 12 de setembro. As ações do Merrill, instituição assolada por US$ 52,2 bilhões de prejuízos e baixas contáveis em conseqüência de papéis contaminados pela dívida hipotecária de alto risco ("subprime"), despencaram mais de 80% em relação ao seu patamar máximo, de US$ 97,53, no início do ano passado.
A aquisição põe fim a 94 anos do Merrill como instituição independente e dá ao Bank of America, sediado em Charlotte, Estado da Carolina do Norte, uma equipe de 16.690 corretores, com uma carteira de US$ 1,6 trilhão. O Merrill, sob a direção do principal executivo, John Thain, corria o risco de se tornar a próxima vítima do "subprime", depois que o Lehman Brothers entrou com um pedido de concordata ontem.
"Se o Bank of America conseguir proteger com uma cerca os maus ativos, aquela distribuição minoritária é uma potência", disse Peter Sorrentino, gerente sênior de carteira da Huntington Asset Advisors. "A combinação do Merrill Lynch faz mais sentido do que um acordo com o Lehman."
O Merrill é o segundo bom negócio fechado este ano pelo principal executivo do Bank of America, Kenneth Lewis, vinculado ao colapso dos mercados hipotecários. O banco comprou em julho a Countrywide Financial Corp. por US$ 2,5 bilhões em ações, tornando-se o maior credor de financiamento para a compra da casa própria do país.


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