São Paulo, terça-feira, 16 de setembro de 2008

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Após 6 meses, petróleo cai abaixo de US$ 100 em NY; desde o pico, tombo chega a 34%

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Pela primeira vez em seis meses, o barril de petróleo voltou a custar menos de US$ 100 em Nova York, ao fechar ontem a US$ 95,71. É a menor cotação desde 15 de fevereiro. Desde o pico histórico de US$ 145,29, em 3 de julho, a queda acumulada chega a 34%.
A baixa surpreendeu analistas que esperavam a valorização da commodity, com os possíveis estragos do furacão Ike, no Texas. O dano maior, no entanto, parece ter vindo de Wall Street, centro da tormenta que chacoalha os mercados mundiais. A desaceleração econômica deve baixar a demanda energética mundial, puxando os preços do petróleo na mesma direção.
O barril teve baixa de 5,41% em relação a sexta-feira. A concordata do Lehman Brothers, a venda do Merrill Lynch para o Bank of America e as previsões de quebra de outros grandes bancos foram vistas como forte sinal de desaceleração da economia, dos EUA e do mundo. A falência de grandes instituições financeiras também pode forçar liquidação de commodities.
"O movimento de venda [de petróleo] não está necessariamente ligado à quebra do Lehman, mas certamente se observa uma preferência por ativos mais líquidos", disse John Kilduff, analista da MF Global.
Caso do dólar, que se valorizou nos últimos dias, tornando-se opção para muitos investidores que trocaram as commodities pela moeda americana. Enquanto o petróleo caía no dia de ontem, o dólar continuava se fortalecendo ante o euro. "O sentimento do mercado é de cautela, com todos essas preocupações sobre a recessão que se aproxima dos países desenvolvidos, com um sério impacto na demanda de petróleo", diz Victor Shum, analista da Purvin & Gertz, de Cingapura.

Tempestade
"A tormenta que rodeia a queda do Lehman Brothers aparentemente afetou mais o mercado petroleiro que o furacão Ike", admite John Kilduff. O furacão que fez subir os preços no fim de semana acabou causando menos dano que o esperado. Apenas uma dezena das 3.800 plataformas do golfo do México foi danificada.
O mercado do petróleo também não refletiu o recente corte de produção anunciado pela Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo).
(MAURÍCIO MORAES)

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