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Após 6 meses, petróleo cai abaixo de US$ 100 em NY; desde o pico, tombo chega a 34%
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Pela primeira vez em seis
meses, o barril de petróleo voltou a custar menos de US$ 100
em Nova York, ao fechar ontem
a US$ 95,71. É a menor cotação
desde 15 de fevereiro. Desde o
pico histórico de US$ 145,29,
em 3 de julho, a queda acumulada chega a 34%.
A baixa surpreendeu analistas que esperavam a valorização da commodity, com os possíveis estragos do furacão Ike,
no Texas. O dano maior, no entanto, parece ter vindo de Wall
Street, centro da tormenta que
chacoalha os mercados mundiais. A desaceleração econômica deve baixar a demanda
energética mundial, puxando
os preços do petróleo na mesma direção.
O barril teve baixa de 5,41%
em relação a sexta-feira. A concordata do Lehman Brothers, a
venda do Merrill Lynch para o
Bank of America e as previsões
de quebra de outros grandes
bancos foram vistas como forte
sinal de desaceleração da economia, dos EUA e do mundo. A
falência de grandes instituições
financeiras também pode forçar liquidação de commodities.
"O movimento de venda [de
petróleo] não está necessariamente ligado à quebra do Lehman, mas certamente se observa uma preferência por ativos
mais líquidos", disse John Kilduff, analista da MF Global.
Caso do dólar, que se valorizou nos últimos dias, tornando-se opção para muitos investidores que trocaram as commodities pela moeda americana. Enquanto o petróleo caía no
dia de ontem, o dólar continuava se fortalecendo ante o euro.
"O sentimento do mercado é de
cautela, com todos essas preocupações sobre a recessão que
se aproxima dos países desenvolvidos, com um sério impacto
na demanda de petróleo", diz
Victor Shum, analista da Purvin & Gertz, de Cingapura.
Tempestade
"A tormenta que rodeia a
queda do Lehman Brothers
aparentemente afetou mais o
mercado petroleiro que o furacão Ike", admite John Kilduff.
O furacão que fez subir os preços no fim de semana acabou
causando menos dano que o esperado. Apenas uma dezena
das 3.800 plataformas do golfo
do México foi danificada.
O mercado do petróleo também não refletiu o recente corte de produção anunciado pela
Opep (Organização dos Países
Exportadores de Petróleo).
(MAURÍCIO MORAES)
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