DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo continua firme em sua decisão de tributar a caderneta de poupança mesmo com a recuperação demonstrada pelos fundos de investimento. No mês passado, os fundos DI e de renda fixa registraram juntos captação superior aos recursos dirigidos à caderneta.
Isso mostra que a temida fuga de investidores dos fundos para a poupança não ocorreu com a intensidade prevista. Em agosto, as aplicações superaram os saques em R$ 3,26 bilhões nos fundos DI e de renda fixa. Na poupança, o resultado foi positivo em R$ 3,10 bilhões.
"Os fundos perderam competitividade com a queda da Selic. Em junho, vimos os fundos perderem mais recursos. Mas essa saída parou nos meses seguintes. E não acho que teremos alterações significativas por enquanto", afirma o educador financeiro Mauro Calil.
Nos últimos anos, os períodos de aumento na captação da poupança coincidiram com os de queda da taxa básica Selic. Foi assim em 2007, quando as aplicações líquidas na caderneta (já descontando os saques) atingiram a marca histórica de R$ 33,38 bilhões, e a taxa Selic caiu para 11,25% anuais.
No início deste ano, porém, as dúvidas dos poupadores em relação a uma possível mudança no cálculo do rendimento da caderneta provocaram uma queda na captação, mesmo num cenário de juros mais baixos.
Entre janeiro e abril, os saques na poupança superaram os depósitos em R$ 1,52 bilhão. Já entre maio e agosto, os depósitos superaram os saques em R$ 13,74 bilhões.


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