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EMPRESARIADO
Grupo condenava política de estabilização
FHC também foi porta-voz do Iedi
FREDERICO VASCONCELOS
da Reportagem Local
No final do governo Collor,
um documento dos empresários do Iedi, condenando a política de "estabilização a qualquer custo", foi entregue ao
então vice-presidente Itamar
Franco por um portador muito
especial: o senador Fernando
Henrique Cardoso.
O Iedi propunha, entre outras coisas, a retomada do crescimento econômico por meio
do "fortalecimento dos bancos públicos".
O portador chegou à presidência da República, com
apoio do empresariado, os
bancos públicos caíram em
desgaste, e a "estabilização a
qualquer custo" foi mantida
no governo FHC.
"O que nos anima é que esse
governo compreende os empresários. Não há conflito",
dizia, em agosto do ano passado, Eugênio Staub, recém-eleito na presidência do Iedi, depois de um jantar dos industriais desse grupo com FHC.
O Iedi nasceu discretamente,
em junho de 1989, reunindo
industriais de peso, como José
Ermírio de Moraes, Cláudio
Bardella, Jorge Gerdau Johannpeter e Paulo Villares, e
outros de menor cacife, mas
influentes, à época, como Bruno Nardini, Ricardo Semler e
Sylvio Tuma Salomão.
Foram fundadores do Iedi
industriais que perderiam o
comando de suas empresas,
com a abertura, como Abraham Kasinski e José Mindlin (a
Metal Leve era representada no
Iedi por Celso Lafer) e Sérgio
Prosdócimo.
Em 1993, Paulo Cunha, então
presidente do Iedi, alertava para os riscos de sucateamento
da indústria, com uma liberalização comercial abrupta.
Atuando em "low profile" e
distante da Fiesp -quando a
federação se dedicava ao feijão
com arroz das questões imediatas do setor e tinha mais
voz- o Iedi contratou especialistas, com o propósito de
formular uma política industrial articulada a um projeto
nacional de desenvolvimento.
Tão discretamente quanto os
jantares e encontros com governantes, o Iedi -durante todos esses anos- recebeu sugestões e trocou idéias com políticos e dirigentes sindicais de
todas as tendências.
O Iedi fez algumas tentativas
de voltar à pirâmide da avenida
Paulista, sob a forma de um
conselho superior -idéia levada em banho-maria por Mario Amato e não aceita pelo seu
sucessor, Carlos Eduardo Moreira Ferreira.
Horácio Piva, o presidente-eleito da Fiesp, abriu as portas
para esse grupo, propondo a
formação de um conselho consultivo. Ele também tem outros laços com o instituto. Um
dos fundadores do Iedi é o empresário Pedro Franco Piva,
pai de Horacio Piva e senador
pelo PSDB paulista.
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