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O VÔO DA ÁGUIA
Relatório destaca recuperação da atividade no setor industrial; varejo registra primeira queda desde abril
Fed vê aceleração na economia americana
DA REDAÇÃO
A economia norte-americana
continua a dar sinais de recuperação. De acordo com relatório do
Federal Reserve (o banco central
dos EUA) divulgado ontem, houve aceleração na atividade nas últimas semanas, mas o mercado de
trabalho ainda segue fraco.
Segundo o Livro Bege, análise
periódica da atividade econômica
realizada pelo Fed, houve um fortalecimento nos gastos dos consumidores e registrou-se um avanço
no setor manufatureiro, o mais
fragilizado na economia do país.
"O ritmo da expansão econômica
cresceu desde o último relatório",
diz o texto.
O Livro Bege é produzido a partir de dados coletados pelos 12 escritórios regionais do Fed. No total, são oito edições a cada ano.
O relatório ganhou esse apelido
por causa da cor de sua capa. Suas
análises são utilizadas para balizar
as decisões do comitê de política
monetária da instituição (o Federal Open Market Committee), que
se reúne no próximo dia 28.
Dez dos 12 Feds regionais relataram que houve uma melhora nas
condições da atividade econômica. As outras duas regiões apresentaram resultados mistos, mas
sem sinais de queda no ritmo.
O relatório do Fed foi um dos
mais positivos, nos últimos dois
anos, no que diz respeito ao setor
industrial. As manufaturas registram queda na atividade há 39
meses seguidos e são o setor mais
afetado desde a recessão de 2001.
Consumo
Em um outro relatório, o Departamento de Comércio informou que as vendas no varejo
americano caíram 0,2% no mês
passado, a primeira queda desde
abril. A retração foi puxada por
um declínio nas vendas de carros.
Excluindo-se essa categoria, teria
ocorrido um avanço de 0,3%.
Mas, por outro lado, foram revisados para cima os números de
agosto (1,2%) e de julho (1,4%), o
que deverá assegurar um bom desempenho no trimestre.
"Os gastos das famílias representam o maior pedaço do PIB
[dois terços], e as vendas no varejo sugerem que tivemos uma taxa
de crescimento expressiva no terceiro trimestre", afirmou Ken
Mayland, presidente da consultoria ClearView Economics.
Mais fôlego
Para os analistas, os indicadores
sinalizam que o ritmo de crescimento do PIB (Produto Interno
Bruto) entre julho e setembro deve ter sido o mais acelerado desde
1999. Os números preliminares
serão conhecidos no final deste
mês, no dia 30, quando serão divulgados pelo Departamento de
Comércio dos EUA.
Economistas estimam que, no
trimestre passado, o ritmo anualizado de crescimento tenha ficado
acima de 5%. Já há quem fale em
uma taxa de 7%. Para os últimos
três meses do ano, a média das
previsões está em torno de 4%.
Apesar da melhora nos indicadores, os analistas do mercado financeiro não esperam um aumento na taxa de juros neste ano.
A taxa do Fed deverá permanecer
em 1% ao ano pelo menos até o
início de 2004. No início de 2001, a
taxa estava em 6,5% ao ano.
O presidente do Federal Reserve, Alan Greenspan, e outros diretores da instituição já afirmaram
repetidas vezes que os juros vão
permanecer nos atuais níveis pelo
tempo que for necessário. O Fed
tenta evitar que o mercado financeiro eleve as taxas futuras de juros, o que poderia deter o financiamento, conter o consumo e
frear a retomada econômica.
Com agências internacionais
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