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São Paulo, quinta-feira, 16 de outubro de 2003

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O VÔO DA ÁGUIA

Relatório destaca recuperação da atividade no setor industrial; varejo registra primeira queda desde abril

Fed vê aceleração na economia americana

DA REDAÇÃO

A economia norte-americana continua a dar sinais de recuperação. De acordo com relatório do Federal Reserve (o banco central dos EUA) divulgado ontem, houve aceleração na atividade nas últimas semanas, mas o mercado de trabalho ainda segue fraco.
Segundo o Livro Bege, análise periódica da atividade econômica realizada pelo Fed, houve um fortalecimento nos gastos dos consumidores e registrou-se um avanço no setor manufatureiro, o mais fragilizado na economia do país. "O ritmo da expansão econômica cresceu desde o último relatório", diz o texto.
O Livro Bege é produzido a partir de dados coletados pelos 12 escritórios regionais do Fed. No total, são oito edições a cada ano.
O relatório ganhou esse apelido por causa da cor de sua capa. Suas análises são utilizadas para balizar as decisões do comitê de política monetária da instituição (o Federal Open Market Committee), que se reúne no próximo dia 28.
Dez dos 12 Feds regionais relataram que houve uma melhora nas condições da atividade econômica. As outras duas regiões apresentaram resultados mistos, mas sem sinais de queda no ritmo.
O relatório do Fed foi um dos mais positivos, nos últimos dois anos, no que diz respeito ao setor industrial. As manufaturas registram queda na atividade há 39 meses seguidos e são o setor mais afetado desde a recessão de 2001.

Consumo
Em um outro relatório, o Departamento de Comércio informou que as vendas no varejo americano caíram 0,2% no mês passado, a primeira queda desde abril. A retração foi puxada por um declínio nas vendas de carros. Excluindo-se essa categoria, teria ocorrido um avanço de 0,3%.
Mas, por outro lado, foram revisados para cima os números de agosto (1,2%) e de julho (1,4%), o que deverá assegurar um bom desempenho no trimestre.
"Os gastos das famílias representam o maior pedaço do PIB [dois terços], e as vendas no varejo sugerem que tivemos uma taxa de crescimento expressiva no terceiro trimestre", afirmou Ken Mayland, presidente da consultoria ClearView Economics.

Mais fôlego
Para os analistas, os indicadores sinalizam que o ritmo de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) entre julho e setembro deve ter sido o mais acelerado desde 1999. Os números preliminares serão conhecidos no final deste mês, no dia 30, quando serão divulgados pelo Departamento de Comércio dos EUA.
Economistas estimam que, no trimestre passado, o ritmo anualizado de crescimento tenha ficado acima de 5%. Já há quem fale em uma taxa de 7%. Para os últimos três meses do ano, a média das previsões está em torno de 4%.
Apesar da melhora nos indicadores, os analistas do mercado financeiro não esperam um aumento na taxa de juros neste ano. A taxa do Fed deverá permanecer em 1% ao ano pelo menos até o início de 2004. No início de 2001, a taxa estava em 6,5% ao ano.
O presidente do Federal Reserve, Alan Greenspan, e outros diretores da instituição já afirmaram repetidas vezes que os juros vão permanecer nos atuais níveis pelo tempo que for necessário. O Fed tenta evitar que o mercado financeiro eleve as taxas futuras de juros, o que poderia deter o financiamento, conter o consumo e frear a retomada econômica.


Com agências internacionais


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