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BARRIL DE PÓLVORA
Alan Greenspan
Petróleo tem impacto menor hoje, diz Fed
DA REDAÇÃO
DA REPORTAGEM LOCAL
O atual movimento de alta nas
cotações do petróleo provavelmente terá um impacto menor na
economia mundial do que os choques da commodity nos anos 70,
disse ontem o presidente do Federal Reserve (o banco central americano), Alan Greenspan.
Em discurso para uma fundação em Washington, ele disse que
a economia irá se adaptar aos novos preços -que ontem voltaram
a quebrar recordes- por meio do
aumento na produção e na exploração do petróleo e elevando a eficiência dos combustíveis. Greenspan ainda demonstrou crença na
capacidade do mercado de amenizar os efeitos da alta.
O barril fechou ontem a US$
54,93 na Bolsa Mercantil de Nova
York, com alta de 0,31 %. Durante
o pregão, a cotação chegou a US$
55 pela primeira vez na história. O
presidente do Fed destacou ainda
que os preços, apesar de terem subido mais de 70% em Nova York
desde o início do ano, ainda representam apenas 60% dos registrados no início dos anos 80, se for
considerada a inflação.
Ele, porém, declarou que, "sem
dúvida, teremos de conviver com
as incertezas nos mercados do petróleo por algum tempo".
Sinal de alerta
O impacto dos preços da energia devem "consumir" cerca de
0,75 ponto percentual no PIB
(Produto Interno Bruto) americano neste ano, de acordo com
Greenspan, que já havia alertado
para os efeitos negativos em ocasiões anteriores.
"Obviamente, os riscos de conseqüências negativas mais sérias
se intensificarão se os preços subirem significativamente", alertou
Greenspan. Ele, porém, acredita
que a tecnologia existente atualmente e eventuais melhorias causadas pelo aumento dos preços
deverão ser suficientes para assegurar o fornecimento de energia
por muito tempo.
Mercado no Brasil
O discurso apaziguador de
Greenspan ajudou a manter o
mercado financeiro calmo. A Bovespa subiu 1,78%, embora tenha
fechado em queda na semana de
2,34%. Já o dólar encerrou as operações ontem vendido a R$ 2,857,
com um recuo de 0,56%.
Na próxima quarta, o Copom
anuncia a nova taxa básica de juros da economia. A aposta predominante das instituições financeiras é que a Selic subirá dos atuais
16,25% para 16,50%.
Ontem o mercado doméstico
deu uma trégua e as projeções futuras de juros recuaram um pouco. Mas o resultado da semana foi
de alta das taxas. O contrato DI
(Depósito Interfinanceiro) com
resgate daqui a um ano fechou na
BM&F com taxa de 17,52%, contra os 17,61% de anteontem. Supera, porém, os 17,27% de sexta-feira da semana anterior.
O Bradesco prevê que haverá
aumento de 0,25 ponto percentual na taxa básica (Selic). O Bradesco levanta alguns pontos para
justificar sua opinião, dentre eles
o ritmo forte da atividade econômica, marcado pelo crescimento
da produção industrial de agosto.
As ações ON (com direito a voto) da Petrobras subiram 2,02%
ontem na Bolsa. Mas na semana
essas ações acumularam perdas
de 5,16%. O reajuste dos combustíveis anunciado pela Petrobras
na quinta veio abaixo do esperado
e decepcionou o mercado.
(FABRICIO VIEIRA)
Com agências internacionais
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