São Paulo, sábado, 16 de outubro de 2004

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CRISE NO AR

Motivo seria que magistrado que julga caso já teria mandado prender Canhedo; funcionários podem parar de novo

Vasp alega "suspeição" de juiz e pedido de falência é suspenso

MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL

O processo de pedido de falência da Vasp foi suspenso. Na defesa apresentada por seus advogados, a empresa alegou que o juiz Carlos Henrique Abrão, da 42ª Vara Cível de São Paulo, que conduz o caso, não é suficientemente imparcial para julgá-lo.
Quando a "exceção de suspeição" -ou seja, a alegação de que um juiz não é completamente imparcial para julgar um caso- é apresentada, o código 265 do Código de Processo Civil determina automaticamente que o processo seja suspenso.
O próprio juiz, nesse caso, pode se declarar parcial ou, como ocorreu no caso da Vasp, enviar a alegação para ser apreciada pelos desembargadores do Tribunal de Justiça. Segundo a Folha apurou, a estimativa é que o resultado dessa apreciação saia em seis meses.
Segundo advogados, são raros os casos em que a Justiça acolhe alegações de exceção de suspeição. No caso da Vasp, a alegação seria que o juiz Abrão teria mandado prender Wagner Canhedo, dono da Vasp, há alguns anos: por isso, ele seria "inimigo capital" do presidente da empresa.
O pedido de falência da companhia aérea foi feito pela GE (General Electric), por conta de dívidas de R$ 9 milhões em manutenção de turbinas. A Vasp, citada por fax, depositou esse valor em juízo e, além da exceção de suspeição, apresentou defesa em que contestou o valor alegado pela GE.

Nova assembléia
O Sindicato Nacional dos Aeronautas marcou nova assembléia, para a próxima quinta-feira, para deliberar acerca de irregularidades no pagamento dos 200 funcionários readmitidos pela Vasp após a última paralisação.
De acordo com a presidente do sindicato, Graziella Baggio, não está descartada a possibilidade de nova greve. Segundo ela, a companhia aérea não pagou os salários de setembro para 150 dos 200 aeronautas (pilotos e comissários) que foram demitidos e depois recontratados.
Ontem, a Infraero enviou à Vasp uma carta-cobrança que dava à empresa o prazo de 48 horas úteis para efetuar o pagamento dos R$ 11 milhões que deve em taxas aeroportuárias. Se o valor não for pago, a estatal vai à Justiça.


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