São Paulo, terça-feira, 16 de outubro de 2007

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Vale quer elevar produção para atender mercado chinês

Plano de investimentos também visa corte de custos

DENYSE GODOY
DE NOVA YORK

O plano de investimentos da Companhia Vale do Rio Doce para os próximos cinco anos, divulgado no final da semana passada, tem dois focos principais: aumentar a produção a fim de satisfazer a crescente demanda global, puxada por China e outros países asiáticos, e reduzir os custos.
"Acreditamos que a China continuará sendo a locomotiva do crescimento do mundo nos próximos anos. Não vemos nenhuma mudança nessa tendência", afirmou Roger Agnelli, CEO da empresa, em entrevista coletiva realizada ontem.
Ele e outros executivos da Vale se encontraram com investidores e analistas americanos e tocaram o sinal de encerramento do pregão da Bolsa de Valores de Nova York.
A previsão da Vale é que sua produção de minério de ferro chegue a 422 milhões de toneladas em 2012 -contra 300 milhões neste ano. A do níquel deve subir de 260 milhões de toneladas para 507 milhões de toneladas no mesmo período.
"Queremos fortalecer a nossa liderança no ferro, ampliar no níquel, avançar em cobre e carvão. Quanto à bauxita e à alumina, depende da disponibilidade de energia elétrica a bons preços, o que é um problema no Brasil. Temos grandes projetos em hidrelétricas no país, e creio que esse é o melhor caminho. Porém, se não der, vamos olhar para outros lugares no mundo."
Agnelli não quis dar detalhes das suas expectativas quanto à negociação com as siderúrgicas chinesas a respeito dos preços do minério de ferro para 2008 -o acordo costuma ser o primeiro da temporada e serve de parâmetro para os entendimentos com os demais clientes.
"Ainda é muito cedo para falar sobre esse assunto. A única coisa que se pode dizer é que a realidade atual de o mercado estar muito forte tem que ser trazida para a mesa mesmo quando se trata de contratos de longo prazo", disse Agnelli.
Sobre a redução de custos, o executivo informou que a meta é voltar aos níveis de 2004, sem especificar valores. "Não tornamos pública nenhuma estimativa sobre esse assunto porque depende de vários fatores, como o câmbio, que é difícil de acertar, os preços do petróleo, das nossas peças de reposição", comentou. "Mas as nossas minas, que já são baratas, vão ser as de menor custo do mundo."
Segundo Agnelli, os US$ 59 bilhões que serão aplicados nos próximos cinco anos para aumentar a produção virão principalmente da receita de vendas efetuadas no período.


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