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Vale quer elevar produção para atender mercado chinês
Plano de investimentos também visa corte de custos
DENYSE GODOY
DE NOVA YORK
O plano de investimentos da
Companhia Vale do Rio Doce
para os próximos cinco anos,
divulgado no final da semana
passada, tem dois focos principais: aumentar a produção a
fim de satisfazer a crescente
demanda global, puxada por
China e outros países asiáticos,
e reduzir os custos.
"Acreditamos que a China
continuará sendo a locomotiva
do crescimento do mundo nos
próximos anos. Não vemos nenhuma mudança nessa tendência", afirmou Roger Agnelli,
CEO da empresa, em entrevista
coletiva realizada ontem.
Ele e outros executivos da
Vale se encontraram com investidores e analistas americanos e tocaram o sinal de encerramento do pregão da Bolsa de
Valores de Nova York.
A previsão da Vale é que sua
produção de minério de ferro
chegue a 422 milhões de toneladas em 2012 -contra 300 milhões neste ano. A do níquel deve subir de 260 milhões de toneladas para 507 milhões de toneladas no mesmo período.
"Queremos fortalecer a nossa liderança no ferro, ampliar
no níquel, avançar em cobre e
carvão. Quanto à bauxita e à
alumina, depende da disponibilidade de energia elétrica a
bons preços, o que é um problema no Brasil. Temos grandes
projetos em hidrelétricas no
país, e creio que esse é o melhor
caminho. Porém, se não der,
vamos olhar para outros lugares no mundo."
Agnelli não quis dar detalhes
das suas expectativas quanto à
negociação com as siderúrgicas
chinesas a respeito dos preços
do minério de ferro para 2008
-o acordo costuma ser o primeiro da temporada e serve de
parâmetro para os entendimentos com os demais clientes.
"Ainda é muito cedo para falar sobre esse assunto. A única
coisa que se pode dizer é que a
realidade atual de o mercado
estar muito forte tem que ser
trazida para a mesa mesmo
quando se trata de contratos de
longo prazo", disse Agnelli.
Sobre a redução de custos, o
executivo informou que a meta
é voltar aos níveis de 2004, sem
especificar valores. "Não tornamos pública nenhuma estimativa sobre esse assunto porque
depende de vários fatores, como o câmbio, que é difícil de
acertar, os preços do petróleo,
das nossas peças de reposição",
comentou. "Mas as nossas minas, que já são baratas, vão ser
as de menor custo do mundo."
Segundo Agnelli, os US$ 59
bilhões que serão aplicados nos
próximos cinco anos para aumentar a produção virão principalmente da receita de vendas efetuadas no período.
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