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Indefinição ameaça leilão de usina
Fixação do preço máximo da energia a ser produzida por hidrelétrica do rio Madeira pode atrasar venda
Empresa de Pesquisa
Energética recomenda
R$ 130 por megawatt-hora,
e o Tribunal de Contas da
União quer valor de R$ 112
MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Ministério de Minas e
Energia definirá o preço máximo da energia a ser produzida
na hidrelétrica de Santo Antônio, no rio Madeira (RO), entre
R$ 112 e R$ 130 por megawatt-hora (MWh). O maior valor foi
proposto pela EPE (Empresa
de Pesquisa Energética), e o
menor, recomendado pelo Tribunal de Contas da União, apurou a Folha. O preço será o
principal parâmetro para o leilão da usina, maior negócio do
PAC (Programa de Aceleração
do Crescimento). A indefinição
em relação ao edital pode levar
a novo adiamento no leilão,
previsto para 22 de novembro.
Vencerá a disputa pelo negócio bilionário o consórcio que
oferecer o menor preço pela
energia a ser produzida em
Santo Antônio. O valor poderá
ficar abaixo do teto da tarifa fixado para a geração de energia
hidrelétrica no leilão de hoje,
que negocia contratos de comercialização de energia nova
com início de entrega em janeiro de 2012. Para o leilão de hoje, a tarifa máxima é de R$ 126
por megawatt-hora.
A previsão do governo é que
a hidrelétrica de Santo Antônio
-a primeira das duas usinas do
complexo do rio Madeira- comece a operar seis das 44 turbinas no final de 2012.
Por conta da indefinição do
ministério, o lançamento do
edital de concessão da hidrelétrica foi novamente adiado. Como não consta da pauta da reunião da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) de hoje, o edital não pode ser lançado antes de 24 de outubro. Isso já compromete a realização do
leilão em novembro, conforme
adiamento anunciado no mês
passado pelo ministro Nelson
Hubner (Minas e Energia).
Procurado ontem pela Folha, o ministério não se manifestou sobre o preço da energia
nem sobre a possibilidade de
novo adiamento do leilão, agora já não mais por responsabilidade do órgão ambiental do governo nem por nenhum tipo de
entrave imposto pelo Tribunal
de Contas da União. O Ibama
concedeu licença prévia à usina
em julho. O TCU autorizou a
publicação do edital na quarta-feira passada.
No relatório aprovado em
plenário, o tribunal apontou
"inconsistências" e "impropriedades" nos cálculos feitos
pela EPE para fixar o teto da tarifa e recomendou a redução de
cerca de 13% no preço da energia a ser produzida na hidrelétrica de Santo Antônio.
O TCU apontou valores superestimados nas obras civis e
na compra de equipamentos
eletrônicos, custos igualmente
superestimados para projetos
ambientais na área da usina,
além problemas no cálculo do
custo de financiamento dos investimentos. A diferença representaria uma potencial redução de custo de R$ 15,4 bilhões ao longo de 30 anos.
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