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Mudança no setor de telefonia deve sair hoje
Alteração visa permitir a compra da BrT pela Oi
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO
A Anatel (Agência Nacional
de Telecomunicações) deve
atender à recomendação do
Ministério das Comunicações e
decidir hoje, em sessão pública,
propor alteração na regulamentação do setor para permitir a compra da BrT (Brasil Telecom) pela Oi. A alteração é
consensual dentro da agência,
mas há polêmica em relação a
outra mudança, que faz parte
da mesma votação: acesso à internet em alta velocidade.
A sessão deverá ser marcada
pela disputa entre a ala "sindicalista" da agência (conselheiros Pedro Jaime Ziller e Plínio
de Aguiar Júnior, indicados por
sindicatos e pelo PT) com os
conselheiros Antônio Bedran e
Emília Ribeiro (indicados pelo
PMDB) e com o presidente da
agência, Ronaldo Sardenberg
(indicação pessoal de Lula).
A ala "sindicalista" quer proibir as atuais concessionárias de
telefonia fixa local de oferecer o
serviço de acesso à internet em
banda larga. Para continuar a
oferecer o serviço, as concessionárias teriam que criar novas empresas, separadas da estrutura de telefonia fixa, só para atender os clientes de acesso
à internet em alta velocidade.
A proposta de separação não
conta com a aceitação dos demais conselheiros e vem sendo
atacada pelo governo (ministérios da Fazenda e das Comunicações) e pelas concessionárias. As empresas afirmam que,
ao criar uma nova empresa, os
custos com pagamento de impostos aumentam, e o consumidor acabará pagando mais
caro pela banda larga.
Por outro lado, em defesa da
mudança, a argumentação é
que a separação dos serviços de
telefonia fixa e de banda larga
dá mais transparência aos custos de acesso à rede. Dessa forma, permite que outras empresas entrem no mercado, promovam competição e levem à
queda de preço.
Negócio
A aprovação da proposta de
mudança na regulamentação
não define a compra da Brasil
Telecom pela Oi. Para que o negócio se concretize, a agência
reguladora deverá concordar
com o pedido de anuência prévia que ainda será pedido pelos
interessados.
Na hipótese de a Oi não comprar a BrT, haverá impacto sobre o processo, já iniciado, de
reestruturação societária da
Telemar Participações, que
controla o grupo Oi.
Os contratos assinados entre
os acionistas da Brasil Telecom
e da Oi estabelecem o prazo de
21 de dezembro para o pagamento das ações de controle da
BrT. Isso pressupõe que, até lá,
um novo PGO (Plano Geral de
Outorgas) tenha sido aprovado,
e que a Anatel tenha dado a
anuência prévia para a realização do negócio.
Para advogados e executivos
dos acionistas, se as condições
não forem atendidas até a data,
haverá duas alternativas: ou o
banco Credit Suisse -comissário da operação- compra o
controle da BrT, ou a Oi indeniza a BrT em R$ 490 milhões pela frustração do negócio.
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