São Paulo, sexta-feira, 16 de outubro de 2009

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Goldman Sachs divulga lucro 360% maior, mas Citi patina

Após quitar dívida com o governo, Goldman anuncia pacote recorde de bônus

Citigroup, que ainda não devolveu US$ 45 bi recebidos da administração Obama, só reportou lucro ao excluir pagamentos ao governo

ERIC DASH
GRAHAM BOWLEY
DO "NEW YORK TIMES"

Os rendimentos de dois gigantes financeiros destacaram a nova ordem que está tomando forma em Wall Street, à medida que seus bancos mais fortes apresentam lucros enormes, enquanto outros, antes poderosos, continuam a arcar com perdas resultantes de empréstimos podres.
Um ano depois de dezenas de bancos terem recebido bilhões de dólares em pacotes de socorro estatal, para evitar a falência, o Goldman Sachs e o Citigroup apresentaram ontem seus mais recentes resultados.
No Citigroup, que ainda opera com ajuda do governo, a espiral crescente de perdas com empréstimos pesou mais que os resultados comerciais fortes no terceiro trimestre.
A cifra de rendimentos do banco -lucro de US$ 101 milhões- não inclui a contabilização de US$ 288 milhões em dividendos preferenciais e um câmbio de dívida que dá ao governo 34% da receita obtida.
Contabilizados esses itens, o prejuízo para os acionistas foi de 27 centavos de dólar por ação, ou US$ 3,2 bilhões, ante um prejuízo de 61 centavos por ação, ou US$ 2,9 bilhões, no terceiro trimestre de 2008.
Enquanto isso, a performance trimestral do banco gigante Goldman Sachs consolidou sua liderança, ao lado do JPMorgan Chase. Na quarta, o JPMorgan apresentou seu relatório de outro trimestre lucrativo, desencadeando altas nas Bolsas.
O Goldman, que em junho restituiu os US$ 10 bilhões recebidos no pacote de socorro, informou que ganhos comerciais e investimentos corporativos contribuíram para o lucro de US$ 3,19 bilhões no terceiro trimestre, ante US$ 825 milhões em igual período de 2008.
Ao anunciar seus resultados, o Goldman ficou na defensiva em relação a seus bônus, que somarão o recorde de US$ 5,35 bilhões. Em parte para suavizar as críticas a isso, a instituição anunciou contribuição de US$ 200 milhões para a sua fundação, que promove a educação.
No Citigroup, os resultados se somam às pressões crescentes sobre seu executivo-chefe, Vikram S. Pandit, para imprimir uma virada ao banco, que enfrenta problemas e que pertence em um terço aos contribuintes -o governo injetou US$ 45 bilhões na instituição.


Tradução de CLARA ALLAIN


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