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Goldman Sachs divulga lucro 360% maior, mas Citi patina
Após quitar dívida com o governo, Goldman anuncia pacote recorde de bônus
Citigroup, que ainda não devolveu US$ 45 bi recebidos da administração Obama,
só reportou lucro ao excluir pagamentos ao governo
ERIC DASH
GRAHAM BOWLEY
DO "NEW YORK TIMES"
Os rendimentos de dois gigantes financeiros destacaram
a nova ordem que está tomando forma em Wall Street, à medida que seus bancos mais fortes apresentam lucros enormes, enquanto outros, antes
poderosos, continuam a arcar
com perdas resultantes de empréstimos podres.
Um ano depois de dezenas de
bancos terem recebido bilhões
de dólares em pacotes de socorro estatal, para evitar a falência,
o Goldman Sachs e o Citigroup
apresentaram ontem seus mais
recentes resultados.
No Citigroup, que ainda opera com ajuda do governo, a espiral crescente de perdas com
empréstimos pesou mais que
os resultados comerciais fortes
no terceiro trimestre.
A cifra de rendimentos do
banco -lucro de US$ 101 milhões- não inclui a contabilização de US$ 288 milhões em dividendos preferenciais e um
câmbio de dívida que dá ao governo 34% da receita obtida.
Contabilizados esses itens, o
prejuízo para os acionistas foi
de 27 centavos de dólar por
ação, ou US$ 3,2 bilhões, ante
um prejuízo de 61 centavos por
ação, ou US$ 2,9 bilhões, no terceiro trimestre de 2008.
Enquanto isso, a performance trimestral do banco gigante
Goldman Sachs consolidou sua
liderança, ao lado do JPMorgan
Chase. Na quarta, o JPMorgan
apresentou seu relatório de outro trimestre lucrativo, desencadeando altas nas Bolsas.
O Goldman, que em junho
restituiu os US$ 10 bilhões recebidos no pacote de socorro,
informou que ganhos comerciais e investimentos corporativos contribuíram para o lucro
de US$ 3,19 bilhões no terceiro
trimestre, ante US$ 825 milhões em igual período de 2008.
Ao anunciar seus resultados,
o Goldman ficou na defensiva
em relação a seus bônus, que
somarão o recorde de US$ 5,35
bilhões. Em parte para suavizar
as críticas a isso, a instituição
anunciou contribuição de US$
200 milhões para a sua fundação, que promove a educação.
No Citigroup, os resultados
se somam às pressões crescentes sobre seu executivo-chefe,
Vikram S. Pandit, para imprimir uma virada ao banco, que
enfrenta problemas e que pertence em um terço aos contribuintes -o governo injetou
US$ 45 bilhões na instituição.
Tradução de CLARA ALLAIN
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