São Paulo, sexta-feira, 16 de outubro de 2009

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Lojas de carros de luxo são alvo de ação da Polícia Federal

Sonegação com importação irregular somou R$ 41 mi

FÁTIMA FERNANDES
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Cinco empresas envolvidas na importação e na revenda de carros de luxo no país foram ontem alvo de uma operação do Ministério Público Federal no Espírito Santo e da Polícia Federal para combater fraudes na compra de veículos do exterior.
As investigações identificaram que um grupo de empresários subfaturou os preços de carros e motos esportivas e sonegou R$ 41 milhões de 2006 a março deste ano.
À Receita Federal o grupo informou, por exemplo, que um Chevrolet Corvette conversível custava US$ 47 mil, quando o valor real era US$ 60 mil.
A Barreto Import, revendedora que está no mercado de importados há 50 anos, e a Zeta Trading, com sede em Vitória (ES) e filial em São Paulo, estão entre as cinco empresas que participaram do esquema, segundo a Folha apurou. Elas foram procuradas e seus responsáveis não foram localizados.
A Zeta fazia as importações em seu nome e ocultava o nome da real importadora dos carros (Barreto Import), para que esta não pagasse diretamente os impostos devidos na importação. Essa prática é chamada de "interposição fraudulenta" e já foi usada, segundo o fisco e a PF, por empresas como Daslu (butique de luxo) e Tania Bulhões (artigos de decoração) -ambas foram alvo de operações semelhantes.
Desde o início de 2006 até março de 2009, o grupo importou irregularmente ao menos 212 automóveis e 100 motos. Entre os veículos importados estão modelos como Mustang GT, Hummer, Pontiac Solstice, BMW, Mini Cooper, Porsche, Bentley, Lexus e outros.
Três empresas localizadas nos Estados Unidos e no Canadá, administradas por brasileiros, simulavam a exportação de carros para a Zeta. Entre elas estão a Eurosete e All Trade Logistics, que pertencem ao empresário Marcio Campo Gonçalves, preso em Miami em agosto de 2006 após ter participado de um esquema de fraudes em importações.
Em julho deste ano, as duas empresas de Gonçalves foram também identificadas no suposto esquema de importação irregular para a loja Tania Bulhões. A Folha deixou recados ontem para os advogados do empresário no Brasil, que não telefonaram de volta.
A terceira exportadora apontada na Operação Poseidon é a Global Business, do empresário Eduardo Sayeg. A empresa já foi identificada em outro esquema de subfaturamento de carros de luxo, alvo da Operação Titanic, em abril de 2008. Sayeg e outras 20 pessoas foram denunciadas pelo MPF por vários crimes. A Folha não localizou ontem o empresário nem seus representantes.


Colaborou a Agência Folha


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