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Lojas de carros de luxo são alvo de ação da Polícia Federal
Sonegação com importação irregular somou R$ 41 mi
FÁTIMA FERNANDES
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Cinco empresas envolvidas
na importação e na revenda de
carros de luxo no país foram
ontem alvo de uma operação do
Ministério Público Federal no
Espírito Santo e da Polícia Federal para combater fraudes na
compra de veículos do exterior.
As investigações identificaram que um grupo de empresários subfaturou os preços de
carros e motos esportivas e sonegou R$ 41 milhões de 2006 a
março deste ano.
À Receita Federal o grupo informou, por exemplo, que um
Chevrolet Corvette conversível
custava US$ 47 mil, quando o
valor real era US$ 60 mil.
A Barreto Import, revendedora que está no mercado de
importados há 50 anos, e a Zeta
Trading, com sede em Vitória
(ES) e filial em São Paulo, estão
entre as cinco empresas que
participaram do esquema, segundo a Folha apurou. Elas foram procuradas e seus responsáveis não foram localizados.
A Zeta fazia as importações
em seu nome e ocultava o nome da real importadora dos
carros (Barreto Import), para
que esta não pagasse diretamente os impostos devidos na
importação. Essa prática é chamada de "interposição fraudulenta" e já foi usada, segundo o
fisco e a PF, por empresas como Daslu (butique de luxo) e
Tania Bulhões (artigos de decoração) -ambas foram alvo
de operações semelhantes.
Desde o início de 2006 até
março de 2009, o grupo importou irregularmente ao menos
212 automóveis e 100 motos.
Entre os veículos importados
estão modelos como Mustang
GT, Hummer, Pontiac Solstice,
BMW, Mini Cooper, Porsche,
Bentley, Lexus e outros.
Três empresas localizadas
nos Estados Unidos e no Canadá, administradas por brasileiros, simulavam a exportação de
carros para a Zeta. Entre elas
estão a Eurosete e All Trade
Logistics, que pertencem ao
empresário Marcio Campo
Gonçalves, preso em Miami em
agosto de 2006 após ter participado de um esquema de fraudes em importações.
Em julho deste ano, as duas
empresas de Gonçalves foram
também identificadas no suposto esquema de importação
irregular para a loja Tania Bulhões. A Folha deixou recados
ontem para os advogados do
empresário no Brasil, que não
telefonaram de volta.
A terceira exportadora apontada na Operação Poseidon é a
Global Business, do empresário Eduardo Sayeg. A empresa
já foi identificada em outro esquema de subfaturamento de
carros de luxo, alvo da Operação Titanic, em abril de 2008.
Sayeg e outras 20 pessoas foram denunciadas pelo MPF
por vários crimes. A Folha não
localizou ontem o empresário
nem seus representantes.
Colaborou a Agência Folha
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