São Paulo, sexta-feira, 16 de novembro de 2007 |
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Pochmann nega expurgo de economistas Presidente do Ipea diz que 4 pesquisadores foram afastados por questões administrativas, e não por críticas ao governo Pochmann afirma que também faz críticas à política econômica e que Fabio Giambiagi, que é do BNDES, pode voltar
ELVIRA LOBATO DA SUCURSAL DO RIO O presidente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Marcio Pochmann, negou ontem que quatro pesquisadores tenham sido afastados por não se alinharem ao pensamento econômico do governo. "Eu também tenho críticas à política econômica. Tenho me manifestado contra a política de juros", afirmou. Disse que seu papel no Ipea não é organizar o consenso, mas garantir pluralidade, e que é um polemista. A Folha publicou, ontem, que os pesquisadores Fabio Giambiagi, Otávio Tourinho, Gervásio Rezende e Regis Bonelli foram afastados em um expurgo de economistas divergentes. Os dois primeiros são cedidos pelo BNDES e os outros dois são aposentados que atuavam como colaboradores. Pochmann, que assumiu o cargo em agosto, sustenta que eles foram dispensados por questão administrativa. Ele é professor do Instituto de Economia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), onde integra o Cesit (Centro de Economia Sindical e do Trabalho), e foi secretário de Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade da Prefeitura de São Paulo na gestão da petista Marta Suplicy (2001-2004). A seguir, trechos de entrevista concedida à Folha: FOLHA - Por que os pesquisadores foram afastados? MARCIO POCHMANN - Como toda instituição de pesquisa, o Ipea mantém convênios que permitem intercâmbio de funcionários com outras instituições. Não tem nada de ideológico. A meu juízo, a explicação é meramente administrativa. Temos funcionários cedidos ao Banco Mundial, a governos estaduais e federal etc. Atualmente, são 155 profissionais liberados. Para receber gente de fora e ceder funcionários, é preciso haver instrumento legal. FOLHA - E não existe o instrumento
legal, no caso deles?
FOLHA - Os dois produzem análises
para o Ipea. O sr. quer dizer que o objeto do convênio foi desvirtuado?
FOLHA - Qual foi a posição do
BNDES? Ele pediu os funcionários de
volta?
FOLHA - E quanto a Gervásio Rezende e a Régis Bonelli?
FOLHA - O senhor nega que tenha
havido expurgo. Mas os identifica
como divergentes de seu pensamento econômico?
FOLHA - O senhor nega haver um
expurgo de pessoas de pensamento
divergente?
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