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Conclusão das negociações depende do Congresso dos EUA
DE GENEBRA
Apontada como uma das
principais condições para que a
Rodada Doha chegue a uma
conclusão, a autorização do
Congresso dos EUA para que a
Casa Branca negocie acordos
comerciais sem que possam ser
emendados, o chamado "fast
track", precisa ser renovada até
abril. Caso contrário, a estagnação pode se perpetuar, disse o
chanceler Celso Amorim.
"Existe uma relação dialética
entre o avanço da Rodada e a
TPA [Autoridade de Promoção
Comercial, na sigla em inglês].
Se os congressistas americanos
sentirem que a Rodada está
avançando é mais fácil sair a
TPA", afirmou o ministro.
"Não vamos parar de negociar sem o TPA, mas vamos ficar mais cautelosos."
Para a negociação continuar
a ter sentido no ano que vem,
quando haverá eleições presidenciais no país, diz o chanceler, é preciso que o prazo de
aprovação da autorização do
Congresso não passe de abril.
"O que me preocupa é que já estão falando em junho, julho."
O chamado "fast track" (caminho rápido) é importante
porque a política de comércio
exterior dos Estados Unidos é
determinada pelo Congresso,
dominado pela oposição democrata. Para que o governo americano possa negociar tratados
sem que depois os textos sejam
emendados pelos parlamentares, o Congresso dá uma autorização prévia, a TPA. O prazo da
última autorização venceu em
junho, aumentando as incertezas em torno de Doha.
Embora ressalte a importância de que a TPA seja renovada,
o chanceler Amorim não vê na
sucessão americana um risco à
Rodada Doha, mesmo com
uma possível vitória do Partido
Democrata, considerado mais
protecionista que o Republicano. "Não sei quem vai ganhar as
eleições nos EUA, mas se ganharem os democratas eles vão
cumprir [a Rodada] também.
Ninguém pode se dar ao luxo de
fazer diferente", disse o chanceler. "Você não pode querer
ordem no mundo, não pode
evitar o terrorismo, não pode
querer a paz, ou combater a
Aids se não tiver regras adequadas para o comércio."
(MN)
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