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Com deságio de 49%, Aneel leiloa dez linhas
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
No segundo leilão do ano de
linhas de transmissão, realizado ontem no Rio, a Aneel
(Agência Nacional de Energia
Elétrica) assegurou a concessão de dez linhas e duas subestações, que irão gerar investimentos de R$ 680 milhões.
Em média, os lotes foram arrematados com um deságio de
49,37% sobre a tarifa máxima
autorizada pela agência reguladora do setor.
Das seis empresas que levaram os lotes (compostos por linhas e subestações de uma
mesma área), duas são espanholas -a Abengoa e a Isolux-,
e uma, brasileira, a estatal federal Chesf.
A estatal arrematou o direito
de concessão de linhas na região Nordeste, área de atuação
da companhia. Já a Abengoa ficou com três lotes de linhas no
Sul e em São Paulo. A Isolux,
por sua vez, levou um lote em
Minas Gerais. Ao todo, 1.014
quilômetros de linhas foram
concedidos.
Pelo modelo adotado pela
Aneel, vence a empresa que
oferecer a menor tarifa de
transmissão. Não há pagamento pela concessão. O objetivo é
assegurar um preço mais baixo
para a energia.
"Tivemos um deságio de quase 50%, sinal de que a competição é de interesse do consumidor. Quando ela existe, o preço
cai no componente de transmissão, o que é é bom para o
consumidor", afirmou Jerson
Kelman, diretor-geral da
Aneel.
No leilão, foi registrado o
maior deságio de todas as ofertas já realizadas pela Aneel. A
proposta feita pela espanhola
Abengoa para o lote compostos
por uma linha e uma subestação em Minas Gerais teve um
deságio de 59,45%, o maior da
história.
Todos os empreendimentos
foram levados a leilão com uma
tarifa máxima estimada pela
Aneel de R$ 119,442 milhões ao
ano. Com os deságios, a cifra
baixou para R$ 60,471 milhões
ao ano. Esse será o valor que as
empresas receberão pela prestação do serviços.
Um dos segredos para baixar
o custo está no financiamento.
Todos os grupos pretendem
buscar recursos no BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
O BNDES possui linhas de
crédito especiais para a área de
energia elétrica, com taxas bem
mais baixas do que as praticadas no mercado.
Excluído o leilão de ontem, a
Aneel havia concedido 30,5 mil
quilômetros de linhas de transmissão desde 1998. Neste ano,
está prevista a entrada em operação de mais 2.573 quilômetros de linhas.
Supremacia espanhola
É tônica nos leilões de linhas
de transmissão da Aneel a forte
presença de firmas espanholas,
que já estão entre as maiores do
setor no país.
A Abengoa possui uma rede
de 3.200 quilômetros de linhas
de transmissão no Brasil. A empresa diz que investiu R$ 2 bilhões para instalar a sua malha.
Já a Isolux estima ter aportado no país R$ 3 bilhões para
construir uma rede também de
3.200 quilômetros de linhas de
transmissão.
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