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Por 1,2 bi de euros, MAN compra Volkswagen Caminhões
Marca e estrutura de produção serão mantidas
CRISTIANE BARBIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
O grupo alemão MAN AG adquiriu ontem o controle da
Volkswagen Caminhões e Ônibus na América Latina, por
1,175 bilhão. A Volkswagen é
dona de 30% das ações da MAN
e, na prática, a venda será uma
injeção de capital na montadora alemã sem grandes mudanças operacionais. A marca, a estrutura produtiva e o quadro de
executivos serão mantidos.
Apesar de não enfrentar as
mesmas dificuldades de suas
concorrentes americanas, a
Volkswagen pediu ajuda para
sua área financeira ao governo
alemão, na semana passada.
Ford, General Motors e
Chrysler também tinham pedido empréstimos bilionários ao
governo dos Estados Unidos.
"Não existe um só fabricante
que não tenha preocupação de
conservação de caixa e, na
Volkswagen, a situação não é
diferente", afirma Luiz Carlos
Mello, professor do centro estudos automotivos da FEI (Faculdade de Engenharia Industrial). "Todos estão procurando
melhorar sua liquidez, sejam
montadoras, fornecedores ou
distribuidores."
Segundo Hakan Samuelsson,
presidente da MAN, a compra,
no entanto, não foi motivada
pela crise. As negociações começaram há alguns meses como parte da estratégia de internacionalização da companhia.
Com a aquisição, o faturamento anual da MAN passará de
15 bilhões para 17 bilhões.
"Além de nos dar acesso ao
mercado latino e da África do
Sul [para onde os caminhões
brasileiros são exportados], teremos ganhos de sinergia estimados em 50 milhões, em
cinco anos", diz Samuelsson.
Segundo ele, estão sendo estudados quais produtos MAN
serão importados ou mesmo
produzidos no Brasil. Além da
área de caminhões, a MAN
também faz motores, turbinas
e equipamentos para navios.
Já a Volkswagen Caminhões,
área da marca existente apenas
no país, terá acesso a produtos,
tecnologia e outros mercados
nos quais a MAN está presente.
Também terá ganhos de escala
e maior poder de barganha na
compra de matéria-prima.
Sistema mantido
Apesar de a MAN produzir
partes importantes dos caminhões, como motores e sistemas de transmissão, a empresa
não pretende mudar o sistema
produtivo no Brasil. Batizado
de consórcio modular, ele abriga diversos fabricantes de autopeças, que produzem especificamente para a VW.
A aquisição também abre a
possibilidade de fusão, já admitida pela VW, entre suas operações de caminhões. Além de
controlar a MAN , a VW também é sócia majoritária da Scania. A operação brasileira era a
única que não estava sob essa
estrutura.
"Em razão das dificuldades
competitivas, é possível que haja várias fusões no setor no próximo ano", diz Mello.
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