São Paulo, terça-feira, 16 de dezembro de 2008

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Apesar da crise, Suzano mantém investimentos

DO ENVIADO ESPECIAL A PORTO ALEGRE

Os preços da celulose, que chegaram a cair 40% nas negociações com a Ásia, de US$ 750 para US$ 450 por tonelada, voltaram a se recuperar e subiram para US$ 550.
É difícil saber se essa recuperação vai continuar. Pode ser apenas uma reposição de estoques na China ou uma demanda maior devido ao final de ano, diz João Comério, diretor-executivo da unidade de negócios florestal da Suzano Papel e Celulose. Com esse cenário, "o mercado está tenso", diz ele.
Apesar disso, a empresa mantém os projetos de expansão de R$ 7 bilhões e deve passar dos atuais 2,8 milhões de toneladas de produção para 7,2 milhões em 2015.
A Suzano está programando três novas linhas de produção, que serão instaladas no sul do Maranhão, com início de operação previsto para 2013; no Piauí, com produção a partir de 2014, e uma terceira, com produção programada para 2015, ainda sem local definido.
A empresa mantém os investimentos porque está com o caixa estável devido à posição no mercado de papel, que mantém a demanda, segundo o executivo. Sobre o mercado, Comério diz que vão ocorrer fusões e aquisições, e que a Suzano "está aberta a oportunidades".
Outra empresa que quer manter os investimentos, mas não depende dela, é a sueco-finlandesa StoraEnso. Com projeto de construção de uma fábrica no Rio Grande do Sul, a empresa tem meta de utilizar 100 mil hectares de área de floresta plantada, dos quais 80% seriam de plantação própria.
A sueco-finlandesa já soma 20 mil hectares de eucalipto, mas deveria estar em 35 mil. No caso da multinacional, não é só a crise que dificulta o cenário, mas a indefinição da lei sobre as compras de terras por estrangeiros nas áreas fronteiriças.
A empresa diz que não tem mais estoques de terras e que sem área para plantio ficará difícil a manutenção do projeto. A StoraEnso também tem projetos de plantio e de uma fábrica no Uruguai.
Já a Aracruz e a VCP (Votorantim Celulose e Papel) estão reavaliando investimentos no Rio Grande do Sul. Segundo participantes do congresso "Madeira 2008", os projetos nacionais em andamento devem seguir. Em alguns casos, com ritmo menor. Já os que ainda estão na gaveta vão ser mais bem avaliados pelas empresas antes da implementação.
Outra empresa que mantém investimentos e inaugura nova fábrica no primeiro semestre de 2009 é a Masisa, que atua nos segmentos de painéis de madeira para móveis e de arquitetura de interiores. (MZ)


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