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COMBUSTÍVEIS
Petrobras aceita pagar mais US$ 1,2 bi por gás da Bolívia
FABIANO MAISONNAVE
DE CARACAS
A Petrobras e a estatal boliviana YPFB assinarão nesta
sexta-feira um termo aditivo
ao contrato de compra de gás
natural que renderá ao menos US$ 1,2 bilhão à Bolívia
até 2019.
O termo aditivo é resultado do Ato de Brasília, assinado em fevereiro de 2007 entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Evo Morales, que na época pressionava
o Brasil para aumentar o preço do gás natural.
O acordo, que será retroativo, prevê que a Petrobras
pague um mínimo de US$
100 milhões referentes aos
chamados gases líquidos associados ao gás natural, como o metano.
O formato final do acordo,
fruto de uma grande pressão
do Planalto sobre a Petrobras, contradiz um dos pontos considerados inegociáveis pela estatal brasileira, a
alteração do GSA (Acordo de
Fornecimento de Gás, na sigla em inglês).
Os quase três anos de demora na assinatura se deveram à resistência da Petrobras em assinar um acordo
que, na prática, fará com que
o Brasil pague mais pelo
mesmo gás. Entre os funcionários envolvidos nas negociações, há o temor de que o o
aditivo número 4 não seja
aprovado pelo Tribunal de
Contas da União (TCU).
O governo boliviano argumenta que o Brasil pagava
apenas pelo gás seco, sendo
que o gás natural exportado
contém um poder calorífico
bem maior por causa dos gases associados, que têm sido
subaproveitados pelo Brasil.
O acordo sai num momento em que a Bolívia registra
queda no faturamento de
gás, resultado da baixa no
preço do produto e na diminuição da demanda no Brasil, o principal comprador.
Pelo GSA, o Brasil, o maior
mercado boliviano, tem de
importar ao menos 24 milhões de m3/dia de gás, na
média anual.
No primeiro semestre, a
demanda brasileira foi 28%
menor que no mesmo período de 2008. O limite de
transporte do gasoduto é de
31 milhões de m3/ dia.
O acordo será assinado no
Rio, apesar da pressão boliviana para que fosse feito em
La Paz. Devem participar da
cerimônia o presidente da
Petrobras, José Sérgio Gabrielli, e o seu colega da
YPFB, Carlos Villegas.
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