|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Maioria das hidrelétricas está atrasada
Das 37 usinas fiscalizadas pela Aneel, 25 estão com as obras fora do cronograma, o que equivale a 46% do total da energia a ser gerada
Entre as obras com atraso, agência considera que 13 têm problemas graves e, por isso, não têm data
para entrar em operação
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A maioria das hidrelétricas já
licitadas pelo governo federal e
com contrato de concessão assinado está com as obras atrasadas. De acordo com levantamento da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), das
37 usinas fiscalizadas, 25 estão
com o cronograma atrasado.
Em termos de energia, isso significa que, de uma potência total de aproximadamente 7.264
MW (megawatts), 3.349 MW
estão atrasados, o que corresponde a 46% do total.
Entre as obras com atraso, a
agência considera preocupantes 13 empreendimentos que,
se concluídos, poderiam gerar
até 2.204 MW. São projetos que
têm problemas graves e, por isso, não têm data para entrar em
operação.
Para os demais, embora a
agência reguladora do setor
considere que há atraso no cronograma, entende que os problemas poderão ser resolvidos
a tempo de não comprometer a
entrada em funcionamento na
data esperada.
A Aneel fiscaliza o andamento do cronograma previsto nos
contratos de concessão de cada
usina hidrelétrica. Dessa forma, o levantamento só cobre
empreendimentos já licitados e
com contrato de concessão assinado. Isso deixa de fora projetos importantes do governo,
como a hidrelétrica de Belo
Monte ou mesmo a usina de
Santo Antônio, no rio Madeira,
licitada em dezembro e ainda
sem contrato assinado.
PAC
Das hidrelétricas incluídas
no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), oito têm
seu andamento fiscalizado pela
agência reguladora. Dessas usinas, duas estão com o cronograma atrasado: Pai Querê (292
MW) e Castro Alves (130 MW).
O maior problema é com a
usina de Pai Querê, na divisa do
Rio Grande do Sul com Santa
Catarina. Para que as obras comecem, os empreendedores
ainda aguardam do Ibama um
termo de referência para entrar
com pedido de licenciamento
ambiental. Pelo contrato de
concessão, a usina deveria entrar em operação no mês que
vem. No PAC, no entanto, essa
data já foi prorrogada para junho de 2012. A Aneel leva em
consideração o que está estabelecido nos contratos de concessão para determinar se há ou
não atraso.
Angra 3
Outra obra importante do
PAC para aumento da oferta de
energia, a usina nuclear de Angra 3 (1.350 MW), também enfrenta problemas e deverá aparecer no balanço anual do programa carimbada como "atenção" ou "preocupante".
Uma liminar conseguida pelo
Ministério Público no Rio de
Janeiro determina a realização
de novas audiências públicas.
Além disso, ainda não ficaram prontos estudos sobre o
custo da obra (prevista em R$
7,3 bilhões) e sobre a validade
dos contratos já assinados com
as empreiteiras. No PAC, Angra
3 deveria gerar energia a partir
de dezembro de 2013. A construção de Angra 3 não é fiscalizada pela Aneel.
Nas demais 42 termelétricas
que têm as obras acompanhadas pela agência reguladora, há
atraso em 22 projetos. Em
energia, do total de 8.541 MW
de potência instalada, 5.348
MW têm atrasos. Desses, 4.964
MW são de obras com atrasos
considerados graves, que podem comprometer a entrada
em operação na data prevista.
Por meio de sua assessoria de
imprensa, o Ministério de Minas e Energia informou que o
governo só considera as usinas
que têm cronograma "seguro"
nos cálculos feitos para garantir o suprimento de energia nos
próximo anos.
Texto Anterior: BC dos EUA é culpado por bolhas, diz antecessor de Greenspan Próximo Texto: Associação calcula déficit de energia já neste ano Índice
|