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Bank of America recebe novo socorro; Citi é dividido em 2
Bank of America afirma que parte dos problemas foi causada pela aquisição do Merrill Lynch e que governo
EUA dão US$ 117 bi em injeção e garantias ao maior banco do país; Citi separa "parte ruim"
Toby Melville/Reuters
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Unidade do Citigroup em Londres, banco terá reformulação
DA REDAÇÃO
A previsão do presidente do
Fed (o banco central dos EUA),
Ben Bernanke, de que as instituições financeiras do país precisariam de mais ajuda governamental precisou de três dias
para se confirmar. Ontem, o
Bank of America, o maior banco americano, recebeu uma
ajuda de US$ 117,2 bilhões do
Tesouro, somando injeção de
capital e garantia de perdas. E,
indicando a grave crise que vive
o setor, o Citigroup, o terceiro
maior, vai dividir suas operações em duas unidades.
Dizendo que os problemas do
Merrill Lynch (o banco que ele
adquiriu em setembro do ano
passado) eram maiores do que
imaginava, o Bank of America
vai receber uma injeção de
mais US$ 20 bilhões do governo dos EUA, além de uma garantia em caso de perdas em
uma cesta de ativos de US$ 118
bilhões (a maioria deles pertencia ao Merrill Lynch). Em troca
da injeção, o governo receberá
ações da instituição financeira.
Como uma parte dos prejuízos terá que ser garantida pelo
próprio banco, a ajuda do governo chega a US$ 117,2 bilhões
(quase 9% do PIB brasileiro de
2007). E o número não leva em
conta os US$ 25 bilhões que o
Bank of America já havia recebido do pacote de US$ 700 bilhões de socorro aos bancos.
A ajuda agora seria uma espécie de compensação pelo fato
de o Bank of America não ter
desistido do negócio com o
Merrill Lynch. Em 14 de setembro de 2008, em uma das semanas mais tensas da história dos
mercados, ele comprou o Merrill Lynch por US$ 40 bilhões,
mas agora afirma que a deterioração dos ativos do banco de investimento era "muito maior"
do que imaginava e que tentou
renegociar o acordo, o que foi
vetado pelo governo dos EUA.
"O governo tinha a visão de
que o afastamento [para renegociar o acordo] poderia causar
preocupações significativas e
danos sistêmicos sérios aos
mercados financeiros", afirmou o presidente-executivo do
Bank of America, Ken Lewis.
Naquela semana de setembro, o Lehman Brothers pediu
concordata e a seguradora AIG
recebeu um empréstimo bilionário do governo, o que foi o estopim para agravar a crise.
A aquisição da então terceira
maior corretora americana
permitiu ao Bank of America se
tornar o maior banco dos Estados Unidos, mas também arranhou a imagem da instituição
financeira que parecia ser uma
das que estavam se saindo melhor na crise, aproveitando as
oportunidades para crescer.
Mesmo sem contar o resultado do Merrill Lynch, o Bank of
America perdeu US$ 1,79 bilhão entre outubro e dezembro
do ano passado, no primeiro
prejuízo trimestral da instituição em 17 anos. O prejuízo do
Merrill Lynch foi muito maior,
US$ 15,3 bilhões apenas no
quarto trimestre, mostrando a
gravidade dos problemas da
instituição. O seu balanço não
foi somado ao do Bank of America porque o negócio só foi fechado oficialmente neste mês.
Citigroup
O dia também foi de mudanças no Citigroup, que era, antes
de setembro, o maior banco
americano e hoje é o terceiro.
Após dias de especulação, ele
confirmou que será dividido
em duas unidades, encerrando
o modelo adotado desde 1998,
em que o consumidor podia
realizar todas as operações financeiras em um só banco.
Na primeira parte (a "boa"),
chamada de Citicorp, ficaram
as operações tradicionais (banco comercial e cartão de crédito, entre outras). Essa unidade
terá ativos de US$ 1,1 trilhão (o
PIB indiano, o 12º maior do
mundo) e será comandada pelo
atual presidente-executivo, Vikram Pandit. "Nós esperamos
que o Citicorp seja um negócio
de alto retorno e alto crescimento", disse o banco.
Na Citi Holdings, de "ativos
arriscados", ficarão corretoras
e financeiras, que posteriormente poderão ser vendidas.
Com agências internacionais
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