São Paulo, sábado, 17 de janeiro de 2009

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Nos EUA, 2ª maior rede de eletrônicos vai à falência

Afetada pela crise e endividada, Circuit City vai fechar 567 lojas e demitir 30 mil

Fundada em 1949, empresa havia pedido concordata em novembro; analistas preveem novas quebras no setor de varejo

DA REDAÇÃO
DA FOLHA ONLINE

A Circuit City, segunda maior rede de eletroeletrônicos dos Estados Unidos, anunciou ontem que liquidará suas operações, após ver fracassadas suas tentativas de venda e de refinanciamento de suas dívidas. A empresa vai fechar 567 lojas e cortar 30 mil empregos.
Última vítima da retração no consumo nos EUA, que levou outras redes de varejo à bancarrota, a empresa deve começar a encerrar suas operações já a partir de hoje.
"Esse é o único caminho possível para nossa companhia", disse James Marcum, diretor da Circuit City. "Estamos extremamente decepcionados com esse resultado."
Em novembro, a Circuit City anunciou concordata ao recorrer ao chamado Capítulo 11 da lei de falências dos EUA. Na ocasião, informou que manteria suas lojas abertas por conta da aproximação das festas de fim de ano. Mas não resistiu à pior estação de vendas em quatro décadas.
A rede de lojas, espalhada por 28 Estados, já vinha enfrentando o gasto menor dos consumidores e o aperto do crédito. O anúncio do pedido de concordata ocorreu dias depois do fechamento de 155 lojas (20% do total) e da redução de 17% de seus trabalhadores nos EUA.
O bilionário mexicano Ricardo Salinas -que controla uma rede de lojas de eletroeletrônicos na América Latina- e a empresa de private equity Golden Gate Capital chegaram a mostrar interesse pela compra de parte de lojas da Circuit. Mas as negociações não foram para a frente por conta da dificuldade de financiamento.
Fundada em 1949, a Circuit City se manteve como a principal rede de aparelhos eletrônicos nos EUA até meados dos anos 90, mas acabou por perder participação de mercado para a Best Buy (sua maior concorrente) e para o Wal-Mart Stores, além de sofrer com a concorrência de sites de vendas como o Amazon.com.

Os empregados foram notificados ontem sobre a perda de seus empregos. "Infelizmente, para mais de 30 mil funcionários e para nossos clientes, nós não conseguimos chegar a um acordo com nossos credores", afirmou Marcum.
Os consumidores vêm segurando seus gastos desde o agravamento da crise financeira global, em setembro, enquanto aumentam as preocupações em relação ao desemprego.
O analista do Credit Suisse Gary Balter disse que a saída da Circuit City do mercado vai ajudar a concorrente Best Buy a se consolidar como líder.
Outras lojas de varejo americanas, como a KB Toys (brinquedos) e as redes Goody's Family Clothing e Gottschalks, já entraram em processo falimentar. O mercado espera novos casos nos próximos meses.


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