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Nos EUA, 2ª maior rede de eletrônicos vai à falência
Afetada pela crise e endividada, Circuit City vai fechar 567 lojas e demitir 30 mil
Fundada em 1949, empresa havia pedido concordata
em novembro; analistas
preveem novas quebras
no setor de varejo
DA REDAÇÃO
DA FOLHA ONLINE
A Circuit City, segunda
maior rede de eletroeletrônicos dos Estados Unidos, anunciou ontem que liquidará suas
operações, após ver fracassadas
suas tentativas de venda e de
refinanciamento de suas dívidas. A empresa vai fechar 567
lojas e cortar 30 mil empregos.
Última vítima da retração no
consumo nos EUA, que levou
outras redes de varejo à bancarrota, a empresa deve começar a
encerrar suas operações já a
partir de hoje.
"Esse é o único caminho possível para nossa companhia",
disse James Marcum, diretor
da Circuit City. "Estamos extremamente decepcionados
com esse resultado."
Em novembro, a Circuit City
anunciou concordata ao recorrer ao chamado Capítulo 11 da
lei de falências dos EUA. Na
ocasião, informou que manteria suas lojas abertas por conta
da aproximação das festas de
fim de ano. Mas não resistiu à
pior estação de vendas em quatro décadas.
A rede de lojas, espalhada por
28 Estados, já vinha enfrentando o gasto menor dos consumidores e o aperto do crédito. O
anúncio do pedido de concordata ocorreu dias depois do fechamento de 155 lojas (20% do
total) e da redução de 17% de
seus trabalhadores nos EUA.
O bilionário mexicano Ricardo Salinas -que controla uma
rede de lojas de eletroeletrônicos na América Latina- e a empresa de private equity Golden
Gate Capital chegaram a mostrar interesse pela compra de
parte de lojas da Circuit. Mas as
negociações não foram para a
frente por conta da dificuldade
de financiamento.
Fundada em 1949, a Circuit
City se manteve como a principal rede de aparelhos eletrônicos nos EUA até meados dos
anos 90, mas acabou por perder
participação de mercado para a
Best Buy (sua maior concorrente) e para o Wal-Mart Stores, além de sofrer com a concorrência de sites de vendas como o Amazon.com.
Os empregados foram notificados ontem sobre a perda de
seus empregos. "Infelizmente,
para mais de 30 mil funcionários e para nossos clientes, nós
não conseguimos chegar a um
acordo com nossos credores",
afirmou Marcum.
Os consumidores vêm segurando seus gastos desde o agravamento da crise financeira
global, em setembro, enquanto
aumentam as preocupações em
relação ao desemprego.
O analista do Credit Suisse
Gary Balter disse que a saída da
Circuit City do mercado vai
ajudar a concorrente Best Buy
a se consolidar como líder.
Outras lojas de varejo americanas, como a KB Toys (brinquedos) e as redes Goody's Family Clothing e Gottschalks, já
entraram em processo falimentar. O mercado espera novos casos nos próximos meses.
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