São Paulo, quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Bovespa quer levar ações para China

TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

Um mercado eletrônico, que gira bilhões de dólares, sem fronteiras, 24 horas por dia, em negócios com ações, commodities, moedas, derivativos e títulos de dívida pública e privada. Essa é a principal aposta da BM&FBovespa para tornar o Brasil um centro de liquidez internacional, capaz de competir com centros financeiros centenários como Londres e Nova York.
Para isso, a Bolsa brasileira negocia um acordo com as Bolsas de Valores chinesas de Xangai, Shenzen e Hong Kong. Ao lado do Brasil, a China tem o mercado de ações de maior crescimento no mundo. A ideia é fazer com que os papéis brasileiros -no futuro, também os latino-americanos- sejam negociados na Ásia durante a madrugada brasileira.
Em troca, os papéis chineses chegarão também ao investidor latino-americano. A proposta de dupla listagem, que depende da autorização dos reguladores de cada país, é tocada pelo escritório da Bolsa brasileira em Xangai. "Queremos aproveitar a diferença de fuso horário para esses negócios", disse Edemir Pinto, presidente da Bolsa. Segundo ele, a ideia é que as empresas listadas no Brasil tenham acesso instantâneo ao mercado asiático, sem custos adicionais.
Além da Ásia, a Bolsa negocia acordos com as principais concorrentes latino-americanas para intercâmbio de negócios. Já fechou parceria com a Bolsa de Santiago e prevê chegar a acordos semelhantes com os mercados de Colômbia, Peru e México.

Tecnologia
Com o aumento de participação acionária na Bolsa de Chicago, a BM&FBovespa se tornou uma sócia da plataforma tecnológica Globex, de negociação de commodities e derivativos em 80 países. Hoje, a Bolsa brasileira licencia o sistema da concorrente Bolsa de Nova York para negociar ações, o que dificulta as atualizações e limita a integração com as plataformas de outros países.
Dona do sistema Globex, a Bolsa brasileira poderá até "vender" tecnologia e desenvolver a conexão com os mercados latino-americanos.


Texto Anterior: Projeto quer transformar país em centro financeiro da AL
Próximo Texto: Crise global fortalece Brasil e ensina o que evitar nas finanças
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.