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Bovespa quer levar ações para China
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
Um mercado eletrônico,
que gira bilhões de dólares, sem fronteiras, 24 horas por dia, em negócios
com ações, commodities,
moedas, derivativos e títulos de dívida pública e privada. Essa é a principal
aposta da BM&FBovespa
para tornar o Brasil um
centro de liquidez internacional, capaz de competir
com centros financeiros
centenários como Londres e Nova York.
Para isso, a Bolsa brasileira negocia um acordo
com as Bolsas de Valores
chinesas de Xangai, Shenzen e Hong Kong. Ao lado
do Brasil, a China tem o
mercado de ações de
maior crescimento no
mundo. A ideia é fazer com
que os papéis brasileiros
-no futuro, também os latino-americanos- sejam
negociados na Ásia durante a madrugada brasileira.
Em troca, os papéis chineses chegarão também
ao investidor latino-americano. A proposta de dupla listagem, que depende
da autorização dos reguladores de cada país, é tocada pelo escritório da Bolsa
brasileira em Xangai.
"Queremos aproveitar a
diferença de fuso horário
para esses negócios", disse
Edemir Pinto, presidente
da Bolsa. Segundo ele, a
ideia é que as empresas listadas no Brasil tenham
acesso instantâneo ao
mercado asiático, sem
custos adicionais.
Além da Ásia, a Bolsa
negocia acordos com as
principais concorrentes
latino-americanas para intercâmbio de negócios. Já
fechou parceria com a Bolsa de Santiago e prevê chegar a acordos semelhantes
com os mercados de Colômbia, Peru e México.
Tecnologia
Com o aumento de participação acionária na Bolsa de Chicago, a BM&FBovespa se tornou uma sócia
da plataforma tecnológica
Globex, de negociação de
commodities e derivativos
em 80 países. Hoje, a Bolsa
brasileira licencia o sistema da concorrente Bolsa
de Nova York para negociar ações, o que dificulta
as atualizações e limita a
integração com as plataformas de outros países.
Dona do sistema Globex, a Bolsa brasileira poderá até "vender" tecnologia e desenvolver a conexão com os mercados latino-americanos.
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