São Paulo, quinta-feira, 17 de março de 2005

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MERCADO FINANCEIRO

Após sete altas, moeda recua 0,11%, um dia depois de autoridade monetária cancelar leilão de "swap" cambial

Decisão do BC contém avanço do dólar

DA REPORTAGEM LOCAL

O dólar interrompeu uma seqüência de sete altas e recuou 0,11% ontem, para R$ 2,763.
A queda da moeda foi atribuída à decisão do Banco Central de cancelar o leilão do novo contrato de "swap" cambial que deveria ter sido realizado ontem. O dólar chegou a cair 1,12% (para R$ 2,735) na abertura dos negócios.
Os leilões desses contratos cambiais, chamados de "swaps reversos", ajudaram a dar algum fôlego ao dólar nas últimas semanas por terem o mesmo efeito técnico que compras de moeda no mercado futuro. O BC já retirou do mercado cerca de US$ 8,7 bilhões por meio desses contratos.
O dia foi especialmente ruim para os ativos brasileiros no mercado internacional, que voltaram a cair sob reflexo da crescente expectativa de que os juros podem subir nos EUA.
O Global 40, um dos principais títulos da dívida brasileira, chegou a cair a seu menor valor em quatro meses, mas se recuperou e encerrou com baixa de 0,53%. Os C-Bonds fecharam com recuo de 0,55%. O risco-país brasileiro chegou ao fim das operações a 429 pontos, em alta de 2,4%.
Para o mercado acionário brasileiro, o cenário internacional é preocupante, pois os estrangeiros têm sido destaque de investimentos em ações na Bolsa local.
As ações, títulos e moedas de países emergentes tiveram queda ontem. Segundo analistas, a alta dos juros nos EUA pode causar problemas de liquidez para emprestadores de países emergentes.
O "spread" (juro maior cobrado por causa do risco do investimento) médio cobrado em empréstimos a emergentes aumentou novamente ontem, ficando em 3,59 pontos percentuais, segundo o índice JP Morgan Embi+. No último dia 8, o "spread" havia chegado a 3,3 pontos percentuais, o mais baixo da história.

Ações
Ontem, a Bovespa fechou com valorização de 0,87%. A alta de 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros, anunciada após o fechamento do mercado financeiro ontem, não deve ter maiores impactos na Bolsa hoje, porque a elevação dos juros não foi surpresa.
A alta de 2,11% das ações preferencias da Petrobras ajudou a fazer com que a Bovespa subisse, apesar das baixas das Bolsas norte-americanas. A ação da petrolífera subiu impulsionada pela elevação do preço do barril de petróleo no mercado internacional.
(FABRICIO VIEIRA)


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