São Paulo, sábado, 17 de março de 2007

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Bolsa amarga perda de 3,2% na semana

Temores em relação ao futuro do mercado imobiliário norte-americano estragam humor dos investidores no período

Apenas 11 dos 58 papéis do Ibovespa registraram alta na semana; índice Dow Jones, da Bolsa de NY, perde 1,35% no mesmo período


FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A semana foi marcada pelas preocupações com o futuro do mercado imobiliário norte-americano. Para a Bovespa, o resultado foi ruim: perdas acumuladas de 3,18%.
Houve apenas 11 altas na semana dentre as 58 ações que formam o índice Ibovespa, que é a principal referência do mercado acionário brasileiro.
No mês, a Bolsa passou ao vermelho, com baixa de 2,65%.
Passado o susto que a Bolsa de Xangai deu no mundo nos últimos dias de fevereiro, os investidores voltaram a focar suas preocupações na evolução da economia americana.
Ontem o índice Dow Jones recuou 0,41%. Na semana, o principal indicador da Bolsa de Nova York teve queda de 1,35%.
A Bolsa eletrônica Nasdaq caiu ontem 0,25%.
Números de inflação nos EUA chegaram a ter uma resposta positiva do mercado, mas não conseguiram evitar a piora na última hora dos pregões.
O CPI (índice de inflação ao consumidor americano) de fevereiro, divulgado ontem, mostrou alta de 0,4%. O núcleo do índice, que desconta oscilações de energia e alimentos, registrou inflação de 0,2%, dentro do esperado pelos analistas.
Outro importante dado da economia dos EUA conhecido ontem foi o da produção industrial do país, que cresceu 1% em fevereiro. A expectativa do mercado era a de uma expansão em torno de 0,3%.
"Os receios com relação à saúde do mercado imobiliário americano, que têm causado grande volatilidade nos mercados acionários mundiais, devem continuar sendo percebidos [na próxima semana]", afirma Julio Martins, diretor da Prosper Gestão de Recursos.
O mercado global iniciou a semana discutindo os problemas do segmento de financiamento habitacional de segunda linha norte-americano ("subprime"), aquele destinado a credores que representam maiores riscos de calote.
O aumento da inadimplência no segmento fez com que fossem discutidos os riscos de o sistema financeiro dos EUA sofrer com uma piora desse cenário. Ações de bancos tiveram importantes perdas em alguns pregões da semana.
A reunião do Fed (o banco central dos EUA) na próxima semana poderá mexer com o mercado global, apesar de os investidores contarem com a manutenção da taxa básica americana em 5,25%.
Em maio de 2006, a nota emitida pelo Fed após sua reunião provocou um movimento de vendas de ativos que se arrastou por semanas. Naquele dia, a nota do Fed sinalizou que os juros poderiam subir por longo tempo nos EUA.
Com o dia menos favorável, o dólar acabou por encerrar com alta de 0,14%. Mas se manteve em baixos níveis, terminando o dia vendido a R$ 2,093. No acumulado da semana, a moeda norte-americana registrou recuo de 0,29% ante o real.
Já o risco-país recuou 1,04% e fechou ontem aos 191 pontos. A Bovespa caiu 1,27%.

Quedas fortes
O ruim resultado da Bovespa na semana acabou por punir fortemente algumas ações.
No topo das perdas do Ibovespa apareceu a ação ON (ordinária) da TIM Participações, que registrou uma desvalorização de 10,59%.
Outros papéis que tiveram quedas expressivas foram: Light ON (-8,78%), ALL Unit (-7,66%) e Sabesp ON (-7,10%).


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