|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Bolsa amarga perda de 3,2% na semana
Temores em relação ao futuro do mercado imobiliário norte-americano estragam humor dos investidores no período
Apenas 11 dos 58 papéis do Ibovespa registraram alta na semana; índice Dow
Jones, da Bolsa de NY, perde 1,35% no mesmo período
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A semana foi marcada pelas
preocupações com o futuro do
mercado imobiliário norte-americano. Para a Bovespa, o
resultado foi ruim: perdas acumuladas de 3,18%.
Houve apenas 11 altas na semana dentre as 58 ações que
formam o índice Ibovespa, que
é a principal referência do mercado acionário brasileiro.
No mês, a Bolsa passou ao
vermelho, com baixa de 2,65%.
Passado o susto que a Bolsa
de Xangai deu no mundo nos
últimos dias de fevereiro, os investidores voltaram a focar
suas preocupações na evolução
da economia americana.
Ontem o índice Dow Jones
recuou 0,41%. Na semana, o
principal indicador da Bolsa de
Nova York teve queda de 1,35%.
A Bolsa eletrônica Nasdaq
caiu ontem 0,25%.
Números de inflação nos
EUA chegaram a ter uma resposta positiva do mercado, mas
não conseguiram evitar a piora
na última hora dos pregões.
O CPI (índice de inflação ao
consumidor americano) de fevereiro, divulgado ontem, mostrou alta de 0,4%. O núcleo do
índice, que desconta oscilações
de energia e alimentos, registrou inflação de 0,2%, dentro
do esperado pelos analistas.
Outro importante dado da
economia dos EUA conhecido
ontem foi o da produção industrial do país, que cresceu 1% em
fevereiro. A expectativa do
mercado era a de uma expansão em torno de 0,3%.
"Os receios com relação à
saúde do mercado imobiliário
americano, que têm causado
grande volatilidade nos mercados acionários mundiais, devem continuar sendo percebidos [na próxima semana]", afirma Julio Martins, diretor da
Prosper Gestão de Recursos.
O mercado global iniciou a
semana discutindo os problemas do segmento de financiamento habitacional de segunda
linha norte-americano ("subprime"), aquele destinado a
credores que representam
maiores riscos de calote.
O aumento da inadimplência
no segmento fez com que fossem discutidos os riscos de o
sistema financeiro dos EUA sofrer com uma piora desse cenário. Ações de bancos tiveram
importantes perdas em alguns
pregões da semana.
A reunião do Fed (o banco
central dos EUA) na próxima
semana poderá mexer com o
mercado global, apesar de os
investidores contarem com a
manutenção da taxa básica
americana em 5,25%.
Em maio de 2006, a nota
emitida pelo Fed após sua reunião provocou um movimento
de vendas de ativos que se arrastou por semanas. Naquele
dia, a nota do Fed sinalizou que
os juros poderiam subir por
longo tempo nos EUA.
Com o dia menos favorável, o
dólar acabou por encerrar com
alta de 0,14%. Mas se manteve
em baixos níveis, terminando o
dia vendido a R$ 2,093. No acumulado da semana, a moeda
norte-americana registrou recuo de 0,29% ante o real.
Já o risco-país recuou 1,04%
e fechou ontem aos 191 pontos.
A Bovespa caiu 1,27%.
Quedas fortes
O ruim resultado da Bovespa
na semana acabou por punir
fortemente algumas ações.
No topo das perdas do Ibovespa apareceu a ação ON (ordinária) da TIM Participações,
que registrou uma desvalorização de 10,59%.
Outros papéis que tiveram
quedas expressivas foram:
Light ON (-8,78%), ALL Unit
(-7,66%) e Sabesp ON (-7,10%).
Texto Anterior: Artur Henrique: FGTS e poupança: coisa nossa Próximo Texto: Cotação do petróleo cai 0,76% em NY Índice
|