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MPX anuncia plano de R$ 3,4 bi na Colômbia
Investimento surpreende analistas, que questionam se o Brasil ainda é prioridade da empresa de geração de energia de Eike Batista
Projeto prevê exploração
de minas de carvão com potencial de 1,7 bilhão de toneladas, além de criação de ferrovias e de um porto
SAMANTHA LIMA
DA SUCURSAL DO RIO
A MPX, empresa de geração
de energia de Eike Batista,
anunciou que vai investir R$
3,4 bilhões para produzir carvão na Colômbia e criar um sistema de ferrovia e porto para
escoar o minério ao Brasil. O
elevado volume de investimento no exterior surpreendeu
analistas, que chegaram a perguntar à empresa se o Brasil havia deixado de ser prioridade.
Pelo projeto, a MPX diz que
vai explorar minas com potencial estimado em 1,7 bilhão de
toneladas, das quais 144 milhões são certificadas. Mais de
1,6 bilhão de toneladas do carvão estimado está em reservas
subterrâneas, e 39 milhões a
céu aberto -mais fáceis, portanto, de explorar.
A ideia é produzir 20 milhões
de toneladas de carvão por ano.
Segundo a empresa, 11,6 milhões seriam consumidos pelas
térmicas a carvão que vêm sendo construídas por ela no Brasil
e no Chile. Três usinas já têm
contrato com o governo brasileiro para fornecer energia.
A MPX vai construir um porto na Colômbia até 2015. Depois, com o aumento esperado
na produção, será criada uma
ferrovia, e o porto, ampliado.
Anunciado em teleconferência para analistas de mercado, o
plano causou surpresa. Pelo
menos dois questionaram a
prioridade do Brasil para a empresa, diante do novo projeto.
Antes dele, a MPX previa R$ 4
bilhões em investimentos.
A avaliação foi de que os gastos na Colômbia poderão interferir nos planos de participar
dos leilões de energia no Brasil,
já que o volume de recursos é
desproporcional ao caixa da
empresa, disse o analista Ricardo Correa, da Ativa Corretora.
"Como a empresa tem como
atuação principal a geração de
energia no Brasil, esse gasto poderia comprometer sua capacidade de expansão no país. E ela
poderia, nesse caso, não conseguir entrar nos leilões do governo para oferecer energia."
Para Correa, a empresa deve
estar planejando uma nova
oferta de ações (já é negociada
na Bolsa desde 2007). "O problema é que eles não deixaram
claro se é isso ou se pensam em
outra saída para levantar recursos. Levantaram-se muitas dúvidas, e a empresa não soube
respondê-las, o que é ruim."
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