UOL


São Paulo, quinta-feira, 17 de abril de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Preço abaixo de R$ 3 já preocupa, diz ministro

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os agricultores deverão ser prejudicados caso o dólar continue a cair e fique abaixo de R$ 3, avalia o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues. "De maneira geral, o dólar abaixo de R$ 3 começa a ficar preocupante para a agricultura", disse Rodrigues, ontem, ao sair de uma reunião com os produtores de álcool e açúcar.
Para o ministro, a apreciação do real afetará, sobretudo, os produtos agrícolas vendidos no mercado interno. Segundo Rodrigues, os agricultores que vendem no mercado doméstico perderão rentabilidade porque compraram insumos importados para a produção deste ano com o preço do dólar alto.
Na hora de vender sua produção no mercado interno, o agricultor receberá menos reais pelo seu produto, pois as commodities agrícolas são cotadas em dólares no mercado internacional.
Na semana passada, industriais reunidos na CNI (Confederação Nacional da Indústria) também se mostraram preocupados com uma queda do dólar abaixo de R$ 3. Na ocasião, o próprio ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, afirmou que o dólar valendo até R$ 3 não prejudicaria as exportações.
O ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, já sinalizou que o Banco Central não deve interferir no mercado para tentar manter a cotação do dólar. A queda acentuada do dólar, como revela as declarações de Rodrigues, mostra que pelo menos parte do governo está preocupada com a situação.
Se o dólar "barato" prejudica os agricultores e as exportações, pelo menos ajuda a garantir o abastecimento de álcool no mercado interno. "[A desvalorização do dólar" afeta o preço do álcool, mas cria um desestímulo à exportação de álcool", disse Rodrigues.
Devido à dificuldade de abastecimento e alta do preço do álcool, o governo reduziu de 25% para 20% a mistura de álcool na gasolina, no início deste ano. Ontem o ministro afirmou que a oferta do produto está se normalizando. Disse, no entanto, que só aumentará o percentual da mistura a partir de junho, conforme prevê o acordo com os produtores.


Texto Anterior: Valorização do real dá lucro de R$ 5,7 bi ao BC
Próximo Texto: Para CNA, cotação de até R$ 2,80 é favorável
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.