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Jeb Bush ironiza ataques de críticos ao álcool e prevê redução de tarifa nos EUA
MARCELO SAKATE
DA REDAÇÃO
O ex-governador da Flórida
Jeb Bush, irmão mais novo do
presidente dos EUA, George W.
Bush, disse ontem em visita a
São Paulo que as críticas e a
oposição de Venezuela e Cuba
ao uso crescente do álcool não
têm nenhum impacto sobre o
plano de criar um mercado
mundial do combustível.
O americano veio ao país para promover o álcool. Ele comanda, com o ex-ministro da
Agricultura Roberto Rodrigues
e o presidente do BID (Banco
Interamericano de Desenvolvimento), o colombiano Luís Alberto Moreno, a Comissão Interamericana do Etanol, criada
em dezembro com esse fim.
Em palestra a uma platéia
com empresários sucroalcooleiros e do agronegócio, Bush
ironizou declarações recentes
do ditador cubano, Fidel Castro, e do presidente Hugo Chávez, da Venezuela. Eles têm criticado a expansão das plantações de cana-de-açúcar e milho
para a produção de álcool, dizendo que serviria só aos interesses dos países ricos.
"Há um mês, misteriosamente, por razões que não posso explicar, eles mudaram completamente de opinião", disse Bush, em referência à ausência
de críticas dos dois líderes antes do anúncio do acordo entre
os governos de Brasil e EUA para fomentar tal mercado.
O memorando de entendimento entre os dois países na
área foi assinado no início de
março, durante a visita de
George W. Bush ao Brasil.
O ex-governador da Flórida
repetiu sua oposição à tarifa
que os EUA impõem ao álcool
importado, que, segundo ele,
atrasa o desenvolvimento do
mercado de etanol naquele
país. Até o fim de 2008 vigora a
tarifa de US$ 0,14 por litro de
álcool brasileiro vendido ao
mercado americano, além de
2,5% sobre o preço de importação. A decisão sobre renová-la
caberá ao Congresso dos EUA.
Bush disse acreditar, porém,
que a tarifa poderá ser reduzida
nos próximos anos. Segundo
ele, gradualmente congressistas são convencidos dos benefícios do álcool para o país.
Ele voltou a citar a importância de os EUA não dependerem
tanto na questão energética de
governos instáveis ou inimigos
e a preocupação crescente com
as mudanças climáticas como
razões para apostar no etanol.
Disse, por exemplo, já existir
"consenso amplo sobre a relevância da questão ambiental,
que deve vir à tona nas eleições
[americanas] de 2008".
Segundo ele, o mercado
mundial de álcool, incluindo
produção e consumo, deve no
mínimo dobrar de tamanho em
um período de cinco anos.
Questionado sobre as precárias condições trabalhistas em
alguns canaviais no Brasil e na
América Central, Bush disse
que o desenvolvimento da indústria vai gerar oportunidades
e benefícios aos trabalhadores.
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