São Paulo, sexta-feira, 17 de abril de 2009

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Movimento em posto da Cohab cresce 10 vezes com programa do governo

DO "AGORA"

O posto da Cohab-SP (Companhia Metropolitana de Habitação), na região central, está recebendo cerca de 400 interessados diariamente para se cadastrar no programa "Minha casa, minha vida", do governo federal, que começou na segunda-feira.
Para participar, as famílias que ganham até três salários mínimos (R$ 1.395) devem se inscrever e aguardar serem chamadas. Esse movimento aumentou em dez vezes: antes do programa, cerca de 40 a 50 atendimentos eram feitos. Já há 11.706 novos cadastros, feitos desde o dia 26, um dia depois do anúncio do pacote.
Segundo um funcionário, que entrega as senhas aos interessados, há famílias que chegam de madrugada. "É preciso que elas saibam que não é a ordem de cadastramento que garantirá a casa, e sim uma análise dos dados da inscrição", disse Aleandro Lacerda Gonçalves, presidente da Associação Brasileira das Cohabs. O programa do governo federal, no entanto, não dará nenhuma prioridade na fila em relação às famílias já cadastradas antes.
Até o fim de maio, acrescentou, essa fase de cadastramento deverá ter terminado, quando, então, será possível as obras começarem. Para o secretário estadual de Habitação de São Paulo, Lair Krähenbühl, há falhas nas plantas das casas e dos apartamentos do programa. "Os pisos não são inteiramente revestidos, o que pode causar infiltrações de um andar para outro", disse no fórum nacional de secretários de Habitação na capital paulista.
Para a arquiteta Adriana Levisky, da Asbea (associação dos escritórios de arquitetura), seria um erro o governo continuar com o modelo de conjuntos habitacionais que só depositam gente. "O programa só pensou no custo da obra, não na condição da moradia." Outro ponto criticado é o tamanho: 32 m2 (casas) e 37 m2 (apartamentos) de área interna. Segundo Nabil Bonduki, da Faculdade de Arquitetura da USP, é possível que uma família de, no máximo, quatro integrantes, viva nessa área. (JULIANA COLOMBO)

Com ANNA CAROLINA CARDOSO, colaboração para o "Agora"


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